Artigo publicado na revista Executive Digest, a 31 de outubro de 2023
A gestão de risco integrada é cada vez mais essencial num negócio, tendo um impacto positivo nas organizações, nomeadamente na redução de custos e de exposição. No entanto, existem vários passos essenciais para uma gestão eficaz, como a identificação, quantificação, gestão e negociação do risco.
A gestão integrada de riscos nos seguros envolve a identificação, a quantificação e a gestão de diversos tipos de riscos para garantir a estabilidade financeira e a sustentabilidade do negócio. Isto requer a implementação de políticas, procedimentos e estratégias adequadas, bem como a colaboração entre as diferentes áreas da empresa. Para otimizar os seus programas de seguros, as empresas devem considerar cuidadosamente o modelo de negociação com o mercado segurador e estar atentas a vários aspetos importantes.
Desde logo, a otimização de programas de seguros requer uma abordagem estratégica e contínua, com foco na mitigação de riscos, custos controlados e a melhor combinação de modelo de negociação para responder às necessidades específicas da empresa. O apoio de especialistas em seguros e consultores pode ser valioso nesse processo.
Seguidamente concentramos a abordagem nos passos da gestão e negociação do risco.
A transferência de risco é um aspeto fundamental no mercado segurador, especialmente em cenários de hard market, onde os custos dos seguros aumentam e as condições se tornam mais restritivas. Para otimizar os resultados nesse contexto desafiador, é crucial entender o processo de transferência de risco, a importância da informação e desenvolver uma estratégia de negociação sólida.
O primeiro passo é identificar os riscos que a empresa enfrenta. Isso envolve uma avaliação cuidadosa dos riscos operacionais, financeiros e de responsabilidade que podem afetar a organização. É muito importante avaliar o impacto financeiro potencial de cada risco identificado, na medida em que isso ajuda a determinar quais os riscos mais pertinentes para transferência por meio do seguro.
A negociação dos termos da apólice de seguro é uma etapa crítica. Num cenário de hard market, as seguradoras podem impor condições mais rigorosas e aumentar os prémios. É, por isso, importante negociar de forma eficaz para obter o melhor equilíbrio entre cobertura e custo.
Um processo de negociação devidamente estruturado, assente numa revisão de risco suportada em data e analytics e com base em informação permitirá às empresas maximizarem os resultados das negociações com o mercado segurador. E isto é particularmente relevante em contexto de hard market, quando se verifica um aumento do custo das coberturas, uma clara restrição e redução de coberturas e limites, e ainda a necessidade de um maior escrutínio e seleção de risco.
E a informação desempenha aqui um papel crucial. Para otimizar os resultados, é necessário avaliar os riscos com precisão e ter uma compreensão sólida dos riscos enfrentados pela organização, bem como sua probabilidade e impacto. Toda a informação relevante ajuda a caracterizar tecnicamente o risco de uma forma mais adequada e a perceber os detalhes e evolução da atividade. Quanto maior for o conhecimento da seguradora, melhores condições de subscrição serão apresentadas.
Por outro lado, desenvolver uma estratégia de negociação eficaz com o mercado segurador é igualmente crucial para otimizar os resultados, sobretudo (mais uma vez) em contexto de hard market. É importante desde logo determinar: i) se centralizar as apólices numa só seguradora ou diversificar; ii) que mercados seguradores -nacionais/internacionais- utilizar; iii) timings/momentos chave das negociações; iv) revisão de cobertura e condições; v) marketing do risco; e vi) postura junto mercado e oportunidades do referido mercado.
Em conclusão, uma estratégia de negociação bem elaborada, assente em informações sólidas e com a devida consideração dos riscos, é fundamental para otimizar os resultados e obter as melhores apólices de seguro possíveis.