Artigo publicado no jornal Observador, a 10 de outubro
O Dia Mundial da Saúde Mental é comemorado em 10 de outubro de cada ano. Foi criado pela Federação Mundial para Saúde Mental (WFMH) em 1992, com o objetivo de aumentar a conscientização sobre questões de saúde mental em todo o mundo e a mobilização de esforços para o seu apoio.
De reforçar que a definição de Saúde da Organização Mundial de Saúde (OMS) de 1948 refere já saúde mental como uma componente fundamental da saúde e do bem-estar geral.
É certo que o mundo tem visto melhorias notáveis na saúde geral da população. Essas conquistas são consistentes com os progressos realizados na melhoria do acesso aos serviços essenciais de saúde. A par com estes progressos, a saúde mental adquire particular valorização no decurso e após a pandemia. Nesta turbulência, passa a ser reforçado o seu papel como um aspeto essencial das nossas vidas e a importância de mantê-la, valorizá-la e protegê-la.
Muitas condições de saúde mental podem ser eficazmente tratadas e prevenidas a um custo relativamente baixo. O investimento em todas as frentes é claro: sensibilização para a saúde mental aumentando a compreensão e reduzindo o estigma; aumentar o acesso a cuidados de saúde mental de qualidade e a tratamentos eficazes; investigação para identificar novos tratamentos e melhorar os tratamentos existentes e o suporte a nível das empresas e da gestão abordando esta vertente de forma holística nos seus programas internos de saúde.
Com impato na sociedade e nas empresas, a Ordem dos Psicólogos Portugueses no último relatório sobre o Custo do Stresse e dos Problemas de Saúde Psicológica no Trabalho, avança com um custo estimado decorrente da perda de produtividade de 5,3 mil milhões (subida de mais de 60% nos últimos dois anos). Este valor é equivalente ao que o governo gastou em 2021 em medidas para mitigar os impactos da pandemia COVID-19. A análise estima que, em Portugal, os trabalhadores faltem, devido ao stresse e a problemas de Saúde Psicológica até 8 dias por ano e o presentismo possa ir até 15,8 dias sendo um total de ausências de 24 dias.
De acordo com o Eurobarómetro, em Portugal, os problemas de saúde psicológica mais comuns (stresse, depressão ou ansiedade) afetaram quase dois em cada cinco trabalhadores (33%) devido ao trabalho, uma prevalência acima da média da União Europeia (27%).
É certo de que a saúde mental de uma população é influenciada por múltiplos fatores sociais, psicológicos e biológicos. Compete às empresas e à gestão gerir os que consegue controlar e influenciar.
Parece-me claro que empresas que promovam a saúde mental dos seus colaboradores numa abordagem holística e programas de saúde e bem-estar internos, com a integração de diversas valências impactam positivamente no aumento da produtividade pela redução do absentismo, presentismo, turnover e melhoria do ambiente de trabalho.
Neste Dia Mundial da Saúde Mental, ficam 5 insights:
E … não se esqueça da sua própria saúde!