Publicado no Vida Económica, a 7 de junho de 2023
O estudo ‘Happiness Works 2021’, recentemente recuperado e muito partilhado, apresentado no evento “Empresas Felizes 2021”, concluía que “trabalhadores felizes faltam menos 36%, têm menos 45% de vontade de mudar de empresa e sentem-se 9% mais produtivos”.
De facto, o nosso ponto de vista e os indicadores internos levam-nos a conclusões semelhantes. Sempre que a experiência do colaborador é positiva e alargada ao seu agregado familiar, este não só tende a ser mais produtivo, como, também, mais fiel.
Mas, mais do que a perceção como consultor, são as opções das empresas que indicam o caminho. E as opções atuais dos gestores de RH não se cingem às ofertas tradicionais, existindo uma procura por um conjunto vasto de benefícios e ofertas diferenciadores que vão muito além da componente monetária.
Senior Associate, Health & Benefits
A deterioração do sistema nacional de saúde; as dificuldades sentidas no acesso a médicos de família; as notícias dos encerramentos de urgências, que começam a ser numerosas, erráticas e que causam um sentimento de insegurança; o panorama mediático em certas áreas cujos riscos são acrescidos, como é o caso das urgências obstetrícias; e os tempos de espera em consultas que nos levam a diagnósticos tardios, que, por sua vez, são acompanhados de atrasos em cirurgias; têm vindo a tornar-se barreiras gigantes no que toca ao acesso à saúde.
É factual que a instalação de grandes players da indústria de IT na zona Norte promoveu um enorme dinamismo no mercado laboral, criando a necessidade de mecanismos que dão resposta à nova tendência no mercado de trabalho, tendo as empresas começado a considerar o Seguro de Saúde no seu pacote de benefícios com o objetivo efetivo de atrair e reter talento,
Segundo um estudo recente, o Seguro de saúde tornou-se o benefício mais valorizado e passou de uma oferta diferenciadora a quase uma “comodity” básica na contratação em determinados setores.
A Norte do país, onde a indústria tem uma presença muito expressiva, e cuja vantagem competitiva no mercado internacional se dá muitas vezes pelo alto rácio qualidade/custo da mão-de-obra, a necessidade de alternativas à remuneração base, que sofre uma pesada tributação, torna-se cada vez mais evidente.
A correta elaboração de um pacote de benefícios robusto, flexível e maximizador do bem-estar dos colaboradores tem de, simultaneamente, ser minimizador dos encargos da empresa.
Pela forte valorização por parte do trabalhador e pela otimização de gastos por parte da entidade patronal, verifica-se mesmo que, numa região onde predomina a indústria têxtil, da embalagem, do calçado, mas, também, do mobiliário e metalomecânica, há um desenvolvimento veloz na atribuição deste benefício.
As empresas nortenhas, cuja realidade do contexto de mercado implica que o salário médio se aproxime demasiado do salário mínimo e que a gestão dos gastos e dos encargos com os trabalhadores seja fundamental na sua competitividade, percecionam, hoje, que o seguro de Saúde é uma excelente forma de maximizar a satisfação e bem-estar dos seus trabalhadores dentro de uma realidade de gestão inteligente e rigorosa dos custos.
Por fim, mas não menos importante, para que a experiência do colaborador seja sempre positiva e se garanta a estabilidade dos benefícios a longo prazo, realça-se a importância de contar com um parceiro capaz de analisar todas as variáveis inerentes a um plano ou seguro de saúde, sustentando-se em estudos de mercado, variáveis em conformidade com capital humano existente, mas, principalmente, alinhado com as práticas do mercado segurador e do seu sector de operação em específico, considerando sempre que a implementação benefícios é um processo e não um ato isolado.
