Como seguros baseados em uso (UBI) estão remodelando o mercado
Agosto 27, 2025
Seguro baseado em uso ganha destaque em 2025, unindo tecnologia e ESG para oferecer mais eficiência, personalização e vantagem competitiva às empresas.
Affinity|ESG and Sustainability
N/A
Atravessamos um momento de inflexão em que a adoção de práticas sustentáveis transcende o discurso e passa a influenciar decisões estruturais em diversos setores. No universo dos seguros, essa transição se materializa de forma singular através do conceito de seguros baseados em uso (Usage-Based Insurance, ou UBI). Em 2025, esse modelo se consolida como uma das principais manifestações do alinhamento entre inovação tecnológica e os princípios ESG.
O UBI se fundamenta na coleta e análise de dados comportamentais, permitindo a personalização dos seguros conforme o uso real de ativos e comportamentos de risco.
Por exemplo, no setor de logística e transportes, companhias de frotas corporativas podem utilizar sensores para monitorar padrões de condução, consumo de combustível e até emissões diretas de CO2. Esses dados, além de permitirem uma precificação mais ajustada ao risco real, podem ser conectados a apólices de seguro ambiental que incentivam metas de descarbonização.
Da mesma forma, em ambientes industriais, sensores instalados em equipamentos de alto consumo energético, permitem avaliar seu uso em tempo real, promovendo modelos de seguro que recompensam práticas de operação mais eficientes e menos poluentes.
Segundo o relatório da Globe Newswire, o mercado global de seguros baseados em uso está projetado para alcançar US$70.46 bilhões até 2030, com uma taxa de crescimento anual composta entre 7,2% entre 2024 e 2030. Esse avanço reflete o interesse crescente por modelos que unem eficiência operacional, personalização e sustentabilidade.
Alinhamento com os pilares ESG
No contexto ESG, essa dinâmica não é trivial. Do ponto de vista ambiental, o UBI atua como indutor de comportamento mais consciente ao incentivar práticas como a condução eficiente, redução do uso de veículos e, consequentemente, da emissão de carbono.
Socialmente, amplia o acesso a seguros mais acessíveis, sobretudo em regiões onde a precificação tradicional tende a excluir condutores de baixo risco com baixo poder aquisitivo.
Em termos de governança, a transparência na coleta e uso dos dados exige estruturas sólidas de gestão da informação e conformidade regulatória, um ponto sensível em tempos de intensa digitalização.
Desafios técnicos e culturais
Naturalmente, o avanço impõe desafios. A proteção de dados sensíveis torna-se um imperativo, especialmente frente a legislações como a LGPD e o GDPR. Soma-se a isso a necessidade de infraestrutura tecnológica robusta (sensores, telemetria, sistemas de análise preditiva e afins) e de integração com plataformas já existentes.
Também há um componente cultural: a adesão à proposta exige mais do que uma mudança de postura por parte das seguradoras. Ela pede uma nova mentalidade por parte das empresas contratantes, que passam a lidar com seguros não como um produto pronto, mas como uma ferramenta dinâmica de gestão de riscos em tempo real.
Um novo vetor estratégico
Compreender e se antecipar a essa tendência não é mais uma questão de atualização: é uma alavanca estratégica. A maturidade no uso de dados, a atenção às externalidades ambientais e sociais, e a capacidade de adaptação às novas formas de avaliação de risco definirão as organizações mais resilientes e preparadas para o futuro.
E, nesse futuro, o seguro baseado em uso já deixou de ser promessa: é uma realidade em consolidação.
Quer continuar essa conversa?
Na WTW, acompanhamos de perto os movimentos mais relevantes do mercado e estamos preparados para apoiar empresas que buscam decisões informadas, sustentáveis e alinhadas às tendências. Fale com um dos nossos especialistas e entenda como sua organização pode se posicionar estrategicamente nesse novo cenário.