Ir para o conteúdo principal
main content, press tab to continue
Artigos

IA e cibersegurança no setor farmacêutico: proteção inteligente para um mercado em transformação

Junho 9, 2025

A inteligência artificial está revolucionando a indústria farmacêutica, mas também ampliando riscos cibernéticos. Como se proteger?
Corporate Risk Tools and Technology|Cyber-Risk-Management-and-Insurance|Insurance Consulting and Technology
N/A

A transformação digital está redefinindo diversos mercados, incluindo o setor farmacêutico, com a inteligência artificial (IA) desempenhando um papel central na aceleração do desenvolvimento de medicamentos e na personalização de tratamentos. Estima-se que empresas farmacêuticas que automatizarem casos de uso da IA possam dobrar seu lucro operacional até 2030. No entanto, essa inovação também amplia significativamente a superfície de exposição a ameaças cibernéticas, exigindo uma abordagem robusta e proativa de segurança digital.

Mais do que interrupções operacionais ou danos à reputação, os ataques cibernéticos à essa indústria têm se tornado cada vez mais sofisticados e direcionados.

Espionagem industrial, roubo de propriedade intelectual e exploração de vulnerabilidades em sistemas de terceiros estão entre as principais ameaças. Segundo a PwC, esses ataques têm como alvos desde pesquisas sobre vacinas e medicamentos até informações estratégicas de negócio.

A IA, nesse contexto, aparece tanto como parte da solução quanto como ferramenta de ataque, sendo utilizada por cibercriminosos em ações de espionagem, engenharia social e invasões automatizadas.

A intensificação dos riscos cibernéticos na indústria farmacêutica

A crescente digitalização da indústria farmacêutica a torna um alvo cada vez mais atraente para criminosos, devido ao valor das informações sensíveis que manipula, como propriedade intelectual e dados de pacientes. Ataques, como o ransomware (malware que sequestra dados ou sistemas e exige pagamento para liberação), podem interromper operações críticas, enquanto a manipulação de algoritmos de IA comprometeria a integridade de ensaios clínicos e processos de fabricação.

Casos ilustram bem esse cenário: em 2022, a empresa francesa Clarins sofreu um ataque cibernético que resultou no vazamento de dados, explorando uma vulnerabilidade conhecida como Log4j —falha crítica em uma biblioteca de código muito usada em aplicações Java, que permite a execução remota de códigos.

Ainda no mesmo ano, a Novartis teve dados confidenciais roubados e publicados pelo grupo Industrial Spy.

Ademais, os objetivos dos atacantes nem sempre estão relacionados apenas ao ganho financeiro. A espionagem corporativa tem se tornado uma motivação crescente, com grupos especializados direcionando suas ações a empresas específicas para roubar segredos industriais e pesquisas. A IA, mais uma vez, é utilizada como ferramenta nesses ataques, facilitando a coleta e análise de grandes volumes de dados, muitas vezes de forma invisível aos sistemas tradicionais de defesa.

O papel duplo da IA na segurança cibernética

A inteligência artificial representa um divisor de águas na cibersegurança do setor farmacêutico, mas sua influência é ambivalente. De um lado, aprimora a detecção de ameaças e a resiliência digital. De outro, potencializa ataques cibernéticos altamente sofisticados, exigindo que as empresas reforcem suas defesas de forma contínua.

Na ofensiva, criminosos utilizam IA para:

  • Criar malwares autoadaptáveis, que modificam seu código para driblar sistemas de proteção tradicionais;
  • Desenvolver ataques direcionados de phishing, nos quais a IA analisa padrões de comunicação corporativa para gerar e-mails fraudulentos praticamente indistinguíveis dos reais
  • Automatizar tentativas de invasão, explorando brechas de segurança de forma massiva e em tempo recorde
  • Realizar ações de espionagem digital, acessando dados críticos de pesquisa e propriedade intelectual sem serem detectados

Um exemplo notável é o aumento de ataques baseados em deepfake voice phishing, nos quais criminosos usam IA para clonar vozes de executivos e persuadir funcionários a realizar transferências financeiras ou revelar informações sensíveis.

Na defesa, a IA atua como um escudo digital avançado, proporcionando

  • Detecção preditiva de ameaças: algoritmos de IA analisam padrões de tráfego de rede e identificam anomalias em tempo real, permitindo que equipes de segurança reajam antes que uma ameaça se concretize
  • Automação de resposta a incidentes: plataformas baseadas em IA podem isolar rapidamente sistemas comprometidos, evitando a propagação do ataque e reduzindo drasticamente o tempo de resposta
  • Simulações avançadas de ataques: empresas utilizam Red Teams impulsionados por IA para simular invasões cibernéticas complexas, antecipando vulnerabilidades e preparando respostas eficazes
  • Análise de comportamento de usuários: soluções baseadas em IA monitoram comportamentos incomuns de usuários e dispositivos conectados, ajudando a identificar atividades suspeitas, inclusive aquelas oriundas de ameaças internas

Com a escalada da complexidade e da frequência dos ataques, o uso de IA defensiva tornou-se indispensável. No entanto, sua eficácia depende de uma estratégia bem estruturada, que envolva atualização constante de modelos, integração com ferramentas de segurança e equipes capacitadas para interpretar e agir com base nos insights gerados.

Seguro cibernético: um diferencial estratégico para a indústria farmacêutica

Diante desse cenário de crescente exposição a ataques, as seguradoras vêm aprimorando suas políticas cibernéticas. Mas nem todas as soluções disponíveis no mercado estão preparadas para os desafios específicos do setor farmacêutico.

As principais seguradoras globais já estão evoluindo suas apólices para cobrir um espectro mais amplo de riscos – desde ataques à infraestrutura crítica até violações resultantes de falhas algorítmicas. Mas, para garantir cobertura, as exigências também aumentaram. Exclusões mais rigorosas e requisitos de higiene cibernética mais detalhados já são uma realidade.

Nesse novo modelo, as empresas que implementam segurança proativa e demonstram maturidade cibernética terão acesso a condições de seguro mais vantajosas. Ou seja, uma estratégia sólida de proteção digital reduz riscos e se traduz diretamente em vantagens competitivas.

Avançando com segurança e inovação

Integrar a IA nas operações farmacêuticas oferece vantagens significativas, como a redução do tempo e dos custos no desenvolvimento de novos medicamentos.

Entretanto, é fundamental que essa integração seja acompanhada de estratégias robustas de cibersegurança e gestão de riscos. A colaboração com especialistas em seguros cibernéticos proporciona às empresas as ferramentas necessárias para navegar nesse ambiente complexo, garantindo a continuidade dos negócios e a proteção dos dados sensíveis.

Para explorar soluções personalizadas que fortaleçam a segurança digital da sua empresa e assegurem a continuidade operacional em um mundo cada vez mais conectado, entre em contato com nossos especialistas e saiba como a WTW pode apoiar na proteção do seu negócio.

Contact us