O ESG está moldando o futuro das empresas no Brasil. Tendências em sustentabilidade, riscos climáticos, diversidade e mercado de carbono impactam os resultados corporativos.
A sigla ESG (Ambiental, Social e Governança) tornou-se essencial nas agendas das empresas. Seja traduzido como sustentabilidade, investimento de transição ou responsabilidade corporativa, o conceito ganhou destaque pela urgência dos temas que abrange: mudanças climáticas, equidade social, transparência, entre outros.
Adotar os princípios ESG significa alinhar a estratégia da organização às expectativas das partes interessadas e da sociedade, enfrentando riscos e promovendo impactos positivos no ambiente e na governança corporativa.
As mudanças climáticas representam hoje o maior risco socioambiental da atualidade. Seus efeitos — como secas extremas, enchentes e perdas na agricultura — afetam diretamente a economia global. Organismos como a ONU já destacaram a importância da adaptação climática, da compreensão dos riscos e da necessidade de investimentos em infraestrutura resiliente.
Empresas precisam contribuir com metas claras e mensuráveis, estabelecer planos de mitigação e se preparar para um novo ciclo de exigências de investidores, governos e consumidores, nisso a inovação surge como aliada.
No campo da comunicação, o principal desafio está em transmitir com clareza e responsabilidade os compromissos e iniciativas ambientais da empresa, evitando o risco de “greenwashing”. A comunicação voltada a investidores e partes interessadas no negócio deve retratar planos realistas, mensuráreis e que permitam acompanhamento ao longo do tempo.
O mercado de carbono é um dos mecanismos que podem ajudar na estratégia de sustentabilidade das empresas. A recente aprovação da Lei 15.042/2024 no Brasil representa um avanço importante: empresas com altos níveis de emissão de CO₂ passam a ser obrigadas a reportar metas e implementar ações concretas de redução.
Iniciativas como plataformas de crédito de carbono e incentivos à conservação das florestas podem reforçar o posicionamento estratégico das organizações.
A dimensão social do ESG também se fortalece com a crescente demanda por diversidade, equidade e inclusão (DE&I). Leis como a 14.611/23, que exige equidade salarial entre homens e mulheres, reforçam a necessidade de ações estruturadas.
Estudos mostram que empresas com maior diversidade em cargos de liderança apresentam desempenho financeiro superior. Isso acontece porque ambientes diversos são mais inovadores e refletem melhor a pluralidade da sociedade.
Estabelecer a DEI como eixo estratégico é uma prática coerente com as expectativas de clientes, colaboradores e demais públicos de qualquer setor e está alinhado às megatendências globais: diversidade de mercados, de ideias e de talentos.
A complexidade da estruturação da estratégia de DEI está associada ao fato de que ela deve ser pensada a partir dos marcadores sociais do contexto em que a organização está inserida e associada às expectativas de todos os envolvidos no negócio. Há uma série de guias e estruturas que auxiliam as organizações na estruturação de suas estratégias de DEI.
Empresas que incorporam os pilares ESG não só mitigam riscos como também ampliam seu valor no mercado. A estratégia de ESG deve ser integrada à cultura organizacional, à liderança e aos modelos de negócios, orientando decisões de investimentos e relacionamento com stakeholders.
Não importa o nome que se dê: sustentabilidade, responsabilidade corporativa ou investimento de transição. O importante é entender que o futuro depende da maneira como cada organização escolhe se relacionar com o planeta e com as pessoas.