Com os efeitos pós-pandemia, o bem-estar psicológico dos profissionais passou a ser uma prioridade nas gestões mais modernas, principalmente em função dos impactos causados durante o período da COVID-19. Com essa preocupação, surgiu também a necessidade de mudanças nas dinâmicas de trabalho e atenção com os colaboradores.
Vamos explorar as causas e consequências do burnout, conforme apontado na pesquisa global de “Atitudes sobre Benefícios 2024” da WTW.
Uma crescente preocupação no Brasil
Nos últimos anos, as crises de burnout entre trabalhadores brasileiros cresceram consideravelmente. Segundo a pesquisa, 3 em cada 10 empregados no Brasil relatam sentir-se esgotados em suas atividades profissionais. Esse esgotamento impacta diretamente o bem-estar emocional e está relacionado a uma probabilidade 1,9x maior de apresentar sintomas de estresse, ansiedade ou depressão.
Além disso, o burnout está ligado a outros fatores, como a falta de engajamento no trabalho, solidão e dificuldades financeiras.
Impactos que vão além do psicológico
Os impactos do burnout vão além da saúde mental. Empregados esgotados são mais propensos a não estarem engajados em seu trabalho, com maiores taxas de absenteísmo e presenteísmo, o que pode aumentar o risco de turnover, já que muitos podem considerar mudar de emprego.
A pesquisa também aponta que, em média, 6 dias de trabalho são perdidos por ano devido a problemas relacionados ao burnout e à falta de suporte emocional adequado. Outros dados incluem:
- 49% dos entrevistados relatam níveis de estresse acima da média ou elevado
- 43% apresentam sintomas de ansiedade ou depressão
- 24% enfrentam problema de saúde mental
Esses números evidenciam que o burnout não apenas afeta a produtividade, mas também compromete o bem-estar integral dos funcionários, demandando atenção redobrada por parte dos empregadores.
Como mudar essa realidade?
Embora o burnout seja um problema ainda crescente, a pesquisa acende uma luz para as soluções que as empresas têm para ajudar seus empregados a gerenciar melhor o seu bem-estar psicológico e evitar o esgotamento. A implantação de programas de apoio emocional, com sessões de aconselhamento e incentivos à prática de atividades físicas pode ter um impacto positivo na vida dos empregados a curto e longo prazo.
De acordo com os participantes da pesquisa, as principais práticas que ajudam no gerenciamento do bem-estar são:
- Atividades físicas regulares (58%)
- Interação social (44%)
- Sair de casa (38%)
- Aconselhamento profissional (34%)
Além disso, a flexibilidade no trabalho se destaca como uma solução importante: Enquanto 22% dos empregados afirmam sentir-se pressionados a trabalhar longas horas, 36% relatam que frequentemente trabalham em seu tempo livre.
22%
se sentem pressionados a trabalhar longas horas
36%
relatam trabalhar em seu tempo livre
Para muitos empregados, o trabalho remoto é considerado uma maneira eficaz de aliviar o estresse, promovendo um melhor equilíbrio entre vida pessoal e profissional. Isso destaca a importância de programas que ofereçam flexibilidade e maior autonomia nas gestões dos horários, fundamentais para reduzir o esgotamento e melhorar a qualidade de vida dentro e fora do trabalho.
Caminhos para prevenir o burnout
Os dados da pesquisa global de Atitudes sobre Benefícios 2024 evidenciam que o burnout é um desafio crescente no Brasil, com impactos significativos na saúde mental e no desempenho dos empregados. As empresas têm a oportunidade de liderar o combate ao esgotamento, investindo em programas de bem-estar emocional com apoio psicoemocional contínuo e flexibilidade no trabalho.