Esgotamento parental: um alerta silencioso dentro das empresas
Agosto 5, 2025
O burnout parental afeta a saúde mental e a produtividade dos colaboradores. Saiba como as empresas podem atuar com empatia, apoio e políticas eficazes.
Employee Experience|Work Transformation
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Trabalhar, cuidar e educar são responsabilidades que ocupam grande parte do dia a dia de pais e mães, e tudo isso é movido pelo amor que dedicam aos filhos. Mas quando o cuidado se transforma em sobrecarga, o burnout parental deixa de ser apenas um desafio pessoal e pode impactar diretamente o clima e a produtividade no ambiente corporativo.
Ele pode gerar sintomas intensos e debilitantes, como fadiga constante, distanciamento emocional, insônia, baixa autoestima, dores físicas e dificuldade para manter o prazer e a conexão nas relações familiares e profissionais.
Quando o pessoal afeta o profissional
O impacto do burnout parental nas empresas é direto: queda de produtividade, presenteísmo, aumento de afastamentos por doença, sentimentos de ineficiência e, ainda, dificuldades para manter a concentração e o engajamento. Isso sem contar o sofrimento silencioso que afeta a saúde mental de muitos empregados.
O mais preocupante é que esse esgotamento não afeta apenas o bem-estar emocional das mães, mas também reverbera no ambiente de trabalho:
77%relataram impactos em seus empregos atuais
66%apontaram as lideranças como um dos principais fatores que agravam esse desgaste
As causas por trás da sobrecarga
O burnout parental é impulsionado por uma combinação de fatores estruturais e emocionais que ultrapassam o âmbito doméstico.
Um dos elementos mais presentes é o perfeccionismo e a constante pressão interna e externa por atender às expectativas sociais, especialmente no que se refere ao desempenho idealizado da maternidade ou paternidade. Soma-se isso à ausência de uma rede de apoio consistente, sobretudo fora do horário escolar, o que intensifica ainda mais o burnout de mães e pais, impedindo momentos de descanso e recomposição.
Além disso, o desequilíbrio entre vida pessoal e profissional segue como um dos principais gatilhos para esse esgotamento, agravado pela rigidez das jornadas de trabalho e dificuldade em encontrar espaços de acolhimento nas organizações. A falta de compreensão e de políticas de flexibilização por parte das lideranças, apenas agrava esse cenário, o que transforma o retorno ao trabalho ou a permanência em cargos de responsabilidade, em um verdadeiro malabarismo emocional.
De acordo com uma pesquisa da comunidade B2Mamy, Para mães solo, o quadro é ainda mais crítico: a taxa de esgotamento é 2,5 vezes maior do que entre mães que contam com o apoio de um cônjuge.
Isso decorre, naturalmente, da sobrecarga isolada de tarefas, da ausência de corresponsabilidade parental e da invisibilidade frequente da situação nos ambientes de trabalho.
O que as empresas podem fazer
Diante de um cenário tão alarmante quanto, muitas vezes, invisível, o papel das empresas pode ser determinante. Políticas que considerem a parentalidade dentro da jornada de trabalho são parte essencial de uma cultura organizacional verdadeiramente humana.
As iniciativas mais eficazes vão além do cumprimento das obrigações legais e, quando bem implementadas, demonstram um compromisso genuíno com o bem-estar das famílias e a saúde emocional dos colaboradores.
A concessão de licenças parentais estendidas e igualitárias para cuidadores principais e secundários, por exemplo, estimula a corresponsabilidade entre os cônjuges e favorece uma adaptação mais equilibrada à chegada de um filho.
A flexibilização da jornada de trabalho e a possibilidade de trabalho remoto, especialmente no período de retorno das licenças, oferecem maior autonomia para os colaboradores equilibrarem suas demandas pessoais e profissionais.
Benefícios como auxílio-creche e convênios com instituições de ensino infantil também são instrumentos valiosos para aliviar a carga logística enfrentada por mães e pais.
Além disso, investir na capacitação de lideranças para que lidem com temas relacionados à parentalidade, como gestão de licenças, readaptação dos colaboradores e comunicação empática, fortalece a cultura organizacional e prepara os gestores para atuarem de forma mais estratégica e humana.
A cultura é um ponto de virada
Oferecer benefícios é um passo importante, mas é o compromisso genuíno com a construção de um ambiente que acolhe e valoriza a parentalidade que realmente faz a diferença.
Este ano, esse tema esteve no centro das conversas com nossos clientes, reforçando nossa abordagem de bem-estar integral. Na WTW, promovemos saúde de forma estruturada em cinco pilares essenciais: corpo, mente, finanças, relações e propósito. Reconhecer o burnout parental é dar nome ao que tantas mães, pais e cuidadores sentem, mas muitas vezes silenciam. E é, também, abrir caminho para a mudança.
Para aprofundar mais essa conversa e estruturar iniciativas eficazes voltadas à parentalidade, nossos especialistas estão prontos para apoiar a sua empresa. Entre em contato e descubra como podemos, juntos, construir ambientes mais preparados para o futuro do trabalho.