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Aposentadoria: preocupação tardia e a necessidade do apoio corporativo

Por Evandro Oliveira | Dezembro 21, 2022

Artigo produzido pela WTW e publicado com exclusividade na Melhor RH, no dia 15 de dezembro de 2022.
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Com a alta inflação encarecendo as despesas domésticas, é natural que alguns brasileiros acabem deixando de lado um objetivo de longo prazo importante: a poupança para a aposentadoria. Para as gerações mais novas, este nem é um motivo comum de preocupação. Mas a verdade é que este tema deveria estar no planejamento financeiro de qualquer pessoa, independentemente da idade.

Envelhecer confortavelmente requer uma fonte de renda complementar que pode ser alcançada com investimentos de iniciativa própria ou oferecida ao profissional por meio de um pacote de benefícios corporativos que inclui fundos de pensão. Segundo a pesquisa Global Benefits Attitudes, realizada pela WTW neste ano, os trabalhadores brasileiros com idade acima de 40 anos desejam que suas empresas tenham como prioridade número um os benefícios de aposentadoria, enquanto as demais gerações pensam em focar em carreira e saúde emocional.

Infelizmente, quando as pessoas começam a se preocupar com aposentadoria já está muito em cima para juntar dinheiro para a reserva ideal e aí bate o desespero. Um exemplo é que a mesma pesquisa mostra que cerca de 80% dos funcionários acham que estão economizando menos para a aposentadoria do que deveriam.

As mulheres apresentam a maior diferença entre a taxa de poupança ideal e o que poupam. Há 30 anos a renda familiar era baseada na renda do homem. Hoje a mulher também contribui com a casa, às vezes tendo maior participação de gastos com os filhos, como é o caso das mães solo.

A poupança para aposentadoria é uma questão cultural no Brasil e deve ser discutida com uma maior prioridade. Para se ter uma comparação, o nível de contribuição na Inglaterra é em torno de 21%, no Brasil a média é 10%. As pessoas precisam mudar o mindset, sair do perfil gastador para o de poupador/investidor.

Os fundos de pensão precisam construir formatos que propiciem essa mudança de comportamento. Hoje alguns planos já possibilitam fazer o resgate de parte do benefício ainda no curso da vida laborativa, o que visa a atrair os profissionais mais jovens que precisam do dinheiro por um motivo mais imediato.

As empresas por sua vez também precisam direcionar a atenção para o bem-estar financeiro dos empregados. Investir na propagação de informação é o que vai auxiliar em uma progressiva mudança de mindset. Alguns workshops e palestras podem ajudar as pessoas a entenderem a importância de se ter objetivos financeiros de curto e longo prazo, bem como a necessidade de aprender sobre as opções de investimentos disponíveis, o perfil do fundo de pensão da empresa e até dicas de como economizar no dia a dia para fazer sobrar mais dinheiro no final do mês.

Independentemente do cenário econômico, as pessoas não têm o hábito de poupar e esta é uma realidade que precisamos mudar no Brasil. A aposentadoria precisa ser vista como um planejamento prioritário e essa é uma tarefa para ser feita em conjunto, ou seja, governos, empresas, entidades de fundos de pensão e todos os demais envolvidos.

Autor

Líder de previdência da WTW no Brasil
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