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Podcast

Felicidade corporativa

Episódio 11: Podcast Saúde e Benefícios

Julho 1, 2025

Employee Experience|Health and Benefits|Employee Wellbeing
N/A

Neste episódio do podcast Saúde e Benefícios, especialistas da WTW discutem como a felicidade corporativa tem se tornado um elemento central nas estratégias organizacionais. A conversa explora de que forma esse conceito pode conectar propósito, bem-estar e cultura, promovendo ambientes mais engajados e sustentáveis para os empregados.

Felicidade corporativa

Transcrição

[NANCY QUINTELA] A felicidade, ela não depende da chegada, ela depende mesmo é desse caminho, dessa jornada que a gente traça, não só na nossa vida pessoal, como na organização, como na nossa empresa.

[VINHETA] Você está ouvindo o Podcast Saúde e Benefícios, uma coleção de entrevistas da WTW, onde exploramos assuntos abrangentes, como saúde, bem-estar, benefícios e as mais recentes novidades e tendências do mercado.

As empresas, ao competirem por talentos, começam a observar o comportamento diferente das pessoas. As pessoas estão muito mais preocupadas com o seu bem-estar, com o equilíbrio entre vida pessoal e vida profissional. E efetivamente, se a empresa não ofertar algo diferente, eles não vão manter essa competitividade de atração de talentos.”

Nancy Quintella | Diretora de RH

[CAROLINA GIARDINO] Sejam bem-vindos a mais um episódio do nosso Podcast Saúde e Benefícios.

Meu nome é Carolina Giardino, sou gerente de soluções em saúde e bem-estar na WTW, e hoje vamos falar de um tema novo para muitas empresas, que é a felicidade corporativa.

Ela tem se apresentado como um fio condutor de organizações para conectarem o conceito de propósito e bem-estar junto aos seus empregados.

Para esse bate-papo, estão aqui comigo: Doutora Walderez Fogarolli, diretora de gestão de saúde e Nancy Quintela, diretora de RH na WTW.

Ambas estão estudando há muitos anos esse tema, e tenho certeza que trarão reflexões valiosas para a gente.

Olá, meninas.

Vamos para a nossa primeira pergunta, para você, Nancy.

Além de você se tornar uma estudiosa em felicidade corporativa, também implementou a Jornada da Felicidade aqui na WTW, para os colaboradores.

Como foi esse processo?

[NANCY QUINTELA] Olá, Carol. Primeiro lugar, muito obrigada pelo convite, é um prazer estar aqui dividindo um pouquinho a experiência da nossa Jornada da Felicidade, aqui na WTW.

Na verdade, a gente fala que é uma jornada, porque

a felicidade, ela não depende da chegada, ela depende mesmo é desse caminho, dessa jornada que a gente traça.

Não só na nossa vida pessoal, como na organização, como na nossa empresa.

Isso começou logo em seguida da pandemia, nós sentimos que havia uma demanda muito grande por apoio emocional, naquela época.

E a empresa, notando essa necessidade, criou um programa de bem-estar, que se chamava na época Se Conhecer Faz Bem, no qual a gente dividia a questão do bem-estar em vários pilares, o pilar físico, emocional, financeiro, tudo que tinha a ver com a questão do bem-estar.

Esse programa, ele, depois de estudos, tanto meu, quanto da Doutora Walderez, resolvemos fazer então,

um questionamento sobre: "Será que é somente o bem-estar que realmente faz a diferença na vida do nosso colaborador?

Será que é sempre dando todos esses recursos aos colaboradores, se a questão da felicidade também não estiver intrinsecamente na vida dos nossos colaboradores, será que realmente, eles estão aproveitando todos esses recursos?" Daí migramos para o que a gente chama hoje de, Jornada da Felicidade, que na verdade é uma série de ações, que nós adotamos aqui na companhia, não só, lidando com a questão da liderança, como também, de ações dentro de um cronograma de atividades no qual o colaborador tem a oportunidade de participar e de exercer todo aquele conteúdo que vai transformar a sua vida em uma vida com mais propósito.

[CAROLINA GIARDINO] E na prática, o que vocês desenvolvem internamente, em relação a comunicações, oferecem programas, e como está o resultado dessa jornada até agora?

[NANCY QUINTELA] Carol, é o seguinte.

Nós temos vários pilares, dentro dessa nossa Jornada da Felicidade WTW, e ele começa com uma, o que a gente chamou de diagnóstico.

E na verdade, foi a aplicação de um instrumento, de uma ferramenta, para medir, realmente, como que estava a saúde emocional dos nossos colaboradores por departamento.

Na medida que tivemos o resultado dessa pesquisa, dessa ferramenta, nós pudemos começar a trabalhar uma série de ações, nós elegemos,

escolhemos, e na verdade, as pessoas se inscreveram, como Guardiões da Felicidade, então hoje, eu posso dizer que dentro da nossa corporação, existem pessoas formadas no conceito da felicidade, da felicidade corporativa, e quais são

as atitudes que nós devemos ter dentro da nossa organização, para que a gente realmente exerça um ambiente de felicidade, de bem-estar, e de segurança, porque vem, toda essa questão da felicidade, ela tem a ver com a questão da segurança, da confiança, do propósito, do orgulho de pertencer, de fazer parte de uma organização.

Então nós começamos com esse grupo de colaboradores, que são os nossos Guardiões, e além disso, nós temos um calendário de ações mês a mês, voltado às práticas tanto de ESG, como doação, trabalho voluntário, ou temas que tenham a ver com a nossa, desenvolvimento desse conceito da felicidade corporativa, como a gratidão, o perdão, exercer algumas atitudes que fazem com que a gente melhore como ser humano.

Além disso, que acho que é muito importante, e que a gente conta, é...

como um pilar essencial para o desenvolvimento da nossa Jornada da Felicidade aqui na WTW, é o desenvolvimento da liderança para o tema, e para a necessidade de uma liderança humanizada, e voltada para o conceito de felicidade.

Então, esse conceito, ele permeia, desde os nossos colaboradores, até a alta liderança, fazendo com que a nossa cultura seja uma cultura voltada para o bem-estar e para a felicidade do nosso colaborador.

[CAROLINA GIARDINO] Bacana. Agora a pergunta vai para a doutora Walderez.

A WTW começou a desenvolver essa jornada também para os clientes.

O que motivou a criação dessa solução para o mercado?

[WALDEREZ FOGAROLLI], Carol, obrigada.

Também agradeço o convite de estar aqui.

Eu acho que, tanto eu quanto Nancy, quando fomos estudar felicidade, voltamos muito empolgadas com o conceito e trouxemos isso para a nossa organização, e eu acho que o piloto Felicidade WTW me incentivou mais ainda a desenhar um produto que a gente pudesse aplicar nos nossos clientes.

Mesmo porque, o que que a gente percebeu?

Uma necessidade dos clientes em relação a ter um diferencial de cultura, né, quando a gente fala da competição de talentos, hoje a gente percebe nas nossas pesquisas, que é uma preocupação.

E as empresas, ao competirem por talentos, elas começam a observar o comportamento diferente das pessoas.

As pessoas estão muito mais preocupadas com o seu bem-estar, com o equilíbrio entre vida pessoal e vida profissional, e efetivamente, se a empresa não ofertar algo diferente, eles não vão manter essa competitividade de atração de talentos.

Então através da cultura, a gente chama, a Jornada da Felicidade, o objetivo final é atingir um nível de cultura de felicidade.

Desde a alta gestão da empresa, e permeando por todos os níveis organizacionais.

A cultura da felicidade, ela engloba, todos os itens e pilares de bem-estar, como a Nancy citou, que é o físico, o emocional, financeiro, social, e agora, inserindo também até o bem-estar espiritual.

Mas ela vai além disso.

Ela extrapola esses pilares focados somente no indivíduo, ela extrapola para a responsabilidade social, preservação ambiental, e o programa de felicidade, ele ensina as pessoas a serem felizes.

Ele toca na autorresponsabilidade, como eu posso enxergar a vida e me comportar para aprender a ser mais feliz.

Então acho que esse é o diferencial da cultura de felicidade.

[CAROLINA GIARDINO] Bom, a gente sabe que os estudos científicos sobre felicidade começaram na segunda metade do século XX, e avançaram rapidamente.

E quando falamos dos benefícios para a saúde, temos que entender um pouco, também, sobre o funcionamento do nosso cérebro.

Você como médica, o que você pode trazer sobre os benefícios para a saúde quando a gente fala de felicidade no trabalho?

[WALDEREZ FOGAROLLI] Bom, isso é um pouquinho complexo, vou tentar traduzir de uma maneira simples.

Acho que isso foi um dos pontos que também mais me fascinou quando fizemos o curso.

Sabe que médico é um pouquinho cético, né.

A gente ainda quer ver para a crer.

E, quando começamos a entender os estudos científicos, o quanto o comportamento e as práticas da felicidade afetam, vamos dizer assim, tanto no crescimento de áreas de nosso cérebro, que traduzem em bem-estar, quanto em substâncias que nós chamamos de neurotransmissores, que são substâncias responsáveis por fazer as conexões neuronais.

Então nós temos, eu vou falar de um modo simples, só sobre alguns neurotransmissores, para a gente tangibilizar de um modo científico.

Nós temos várias substâncias que são responsáveis pela sensação de prazer.

Entre elas, a gente tem a dopamina, acetilcolina, o GABA, todos eles são chamados neurotransmissores.

E o que que a neurociência começou a comprovar?

Que alguns comportamentos estimulam a produção desses neurotransmissores.

Há muito tempo a gente já sabia que a atividade física, ela estimula a produção de dopamina.

Porém agora, a gente começou a documentar que o hábito de agradecer e reconhecer o que a gente tem no dia a dia, as nossas conquistas do dia a dia, também estimulam a produção da dopamina.

E a dopamina, ela está muito relacionada à nossa energia, do dia a dia, a nossa motivação.

E ela acaba contribuindo para que a gente aumente a nossa capacidade de tomada de decisão.

Quando a gente fala, também, nas organizações, que pessoas felizes produzem mais, está relacionado a essa produção desses neurotransmissores.

Porque se eu sou uma pessoa mais motivada, se eu tenho uma capacidade maior de tomada de decisão, eu também estou rendendo mais para dentro de uma organização.

Falando agora de outro neurotransmissor.

Acetilcolina. Ela é responsável pela nossa criatividade e pela nossa memória.

E atividades que nos desafiam, elas ajudam a aumentar a produção de acetilcolina.

Então está relacionada a um dos princípios da felicidade, também, que é a obtenção de resultados, que a gente também tem que nos desafiar, desafiar à medida que a gente consegue entregar, não desafios impossíveis.

E quando a gente consegue se desafiar e obter um resultado, aumenta a produção de acetilcolina, e ela é responsável pela nossa memória e pelo nosso aprendizado.

Mais uma vez, o ganho de performance das pessoas felizes.

Se não estão convencidos, vamos falar agora de outro neurotransmissor, a serotonina.

Todo mundo, a serotonina é famosa, porque todo mundo sabe: "Ah, baixou a serotonina, vem um estado depressivo." A maioria dos medicamentos para depressão, eles estimulam a produção de serotonina.

Então, o que que efetivamente, nós sabemos em relação à serotonina?

Que também, o hábito de agradecer, do perdão, do reconhecimento, também ajudam a produção da serotonina.

Além desses hormônios todos, neuroendócrinos, são muitos, tá.

Eu citei alguns.

Também, através de estudos científicos, exames de ressonância magnética e eletromagnético, se comprovou que através de mudança de comportamento, determinadas regiões do nosso cérebro crescem, e essas regiões são, justamente, as regiões responsáveis pela sensação de bem-estar.

Então assim, é fascinante, já se falava isso desde a época de Aristóteles, já se falava em felicidade, porém, as religiões, a maioria das religiões falam a respeito da prática do bem, do desenvolvimento do ser humano, né.

E agora, a ciência caminha junto, documentando que realmente, uma mudança de comportamento, um novo modo de ver a vida, desenvolve as nossas estruturas, aumenta a imunidade, enfim. Vários benefícios para o nosso corpo.

Desculpa, acho que eu falei demais, porque eu me empolgo demais com esse tema.

[CAROLINA GIARDINO] Imagina. É muito interessante, mesmo.

E, Nancy, conta para a gente, existe uma fórmula mágica para colocar essa jornada em prática?

Se não, você pode dar algumas dicas?

[NANCY QUINTELA] Olha, Carol, eu acho que tem muito a ver com a cultura da empresa, e conhecer, realmente, essa cultura, e o quanto o conceito da felicidade é aderente a essa cultura e a esse ambiente.

E eu diria que estabelecer uma cultura de bem-estar, ela começa, principalmente, com o apoio da alta liderança.

Parece que é chover no molhado, mas, não dá pra gente fazer um programa desse tamanho, dessa complexidade, no sentido de que, é uma transformação, às vezes, por vezes, inclusive, na vida das pessoas, se a gente não tiver, realmente, o apoio da alta liderança.

Então, primeiro, eu acho que é muito importante, uma leitura muito aberta sobre a cultura da empresa, se ela valoriza a colaboração, a segurança, a comunicação aberta, que não seja uma empresa voltada 100% a resultados, sem medir, realmente, o bem-estar dos seus empregados, então, começa por ali, por essa visão, que realmente a gente espera para a organização, e em termos do próprio funcionário, olhar a felicidade corporativa como uma atitude intencional.

É um hábito que eu vou criar para mim, sabendo que eu posso realizar uma série de mudanças na minha vida, e que essas mudanças vão propiciar uma vida melhor, uma entrega melhor onde eu trabalho, e uma convivência com as outras pessoas, melhor.

Acho que é por aí, Carol.

[CAROLINA GIARDINO] Agora uma pergunta para vocês duas.

Como medir o sucesso da felicidade corporativa?

[NANCY QUINTELA] Olha, eu posso falar que pela gente, que desde a época da própria pandemia, a gente vem medindo, a gente tem alguns indicadores, de atestados médicos, de afastamentos, de utilização do plano de saúde, que a gente tinha uma alta incidência na procura por pronto-atendimento, principalmente em casos de ansiedade, de burnout, ou de algumas doenças relacionadas realmente ao bem-estar, nós vimos que todo esse movimento que a empresa vem colocando, com apoio, inclusive, da área de gestão de saúde, a gente tem que deixar isso muito claro, que também tem que ter um apoio técnico, para que a gente saiba o que a gente está fazendo, e todo esse movimento que a gente está falando, de utilização de plano de saúde, de absenteísmo, turnover, afastamento, isso tem muito a ver com o que a gente trabalha em conjunto com a área de gestão de saúde.

Então nós temos acompanhado realmente, uma evolução na saúde mental dessas pessoas, um engajamento maior, de parte dos nossos colaboradores, a gente percebe que as pessoas estão realmente felizes, de fazer parte de uma companhia que tem como propósito a felicidade, e já gerando frutos, porque, inclusive, recentemente recebemos uma pessoa do mercado, que isso é um caso muito interessante de falar, que no nosso onboarding, colocou muito claramente para todos que estavam lá, que o que atraiu a proposta da WTW é conhecer a Jornada da Felicidade.

Então isso vira, também, uma ferramenta de atração muito poderosa, para aquelas pessoas que têm realmente conexão com a nossa proposta e com a nossa missão dentro da sociedade.

Agora é a Wal.

[WALDEREZ FOGAROLLI] Bom, depois disso tudo que a Nan falou, não tenho muito o que complementar.

Eu acho que os indicadores são exatamente os mesmos.

Só um complemento, aqui.

Quando a gente faz a gestão integrada de todos os indicadores, absenteísmo, afastamento previdenciário, psicoterapias do plano de saúde, uso de pronto socorro, a gente também pode acoplar o benefício farmácia e olhar o acompanhamento do uso de medicamentos, ansiolíticos, antidepressivos.

Então a gente tem um arsenal, vamos dizer assim, de informações, quando a gente está falando de data analytics, para poder fazer o acompanhamento desses indicadores.

Mas eu acho que esse ponto que a Nancy tocou, imagem organizacional, isso não tem preço, né, Nan.

Isso daí é a imagem da empresa em um mercado que pratica a cultura de felicidade, eu acho que esse é um indicador muito precioso, para as organizações.

E é isso, gente. A gente não tem, não tenho muito mais o que acrescentar, não, em relação aos indicadores, o que eu tenho que acrescentar, é que esse programa de felicidade está dando certo aqui na organização, porque, Nancy é entusiasta, né, trabalhamos juntas, nós duas temos muita vontade de fazer isso acontecer, e também temos muito apoio da nossa alta gestão. Obrigada.

[CAROLINA GIARDINO] Ótimo. Chegamos então ao fim de mais um episódio do podcast Saúde e Benefícios, hoje falando sobre felicidade corporativa, obrigada a todas pela presença, e obrigada a todos os ouvintes por nos acompanharem nesse episódio.

Até a próxima edição.

[VINHETA] Obrigado por participar do podcast Saúde e Benefícios!

Para mais informações, acesse nossas mídias sociais e a sessão de insights, no wtwco.com.

Sobre a moderadora


Carolina Giardino
Gerente de Soluções em Saúde e Bem-estar
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Sobre os convidados


Diretora de RH da WTW

Possui 30 anos de experiência na área de Recursos Humanos. Advogada pela Faculdade de Direito do Largo São Francisco, USP com mestrado em Direito do Trabalho pela PUC. Especialista em felicidade, formada pela Happiness Business School.

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Diretora de Consultoria Integrada e Soluções de Saúde e Benefícios

Formada em medicina, pós-graduada em saúde ocupacional, auditoria de gestão de planos médicos, e MBA em gestão empresarial (FGV). Especialista em felicidade, formada pela Happiness Business School.

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