Os incêndios que atingiram Los Angeles, consumindo mansões, impressionaram o mundo. Mas, enquanto essa região sofria com as chamas, São Paulo enfrentava uma tempestade histórica. Logo no começo do ano, a capital paulista registrou a terceira maior chuva desde 1961, transformando ruas em rios, estações de metrô em lagoas e deixando um rastro de destruição. O Corpo de Bombeiros atendeu mais de 220 chamados por alagamentos, e os prejuízos materiais foram imensuráveis.
A Porto Seguro, por exemplo, registrou 379 atendimentos em diversas regiões afetadas no dia 24 de janeiro. Já a Tokio Marine contabilizou 601 avisos de sinistros em São Paulo durante o mês de janeiro. Embora o valor total das indenizações ainda esteja sendo calculado, os dados preliminares indicam um aumento expressivo na demanda por assistência e sinistros devido às chuvas, conforme noticiado pelo portal Sonho Seguro.
Dadas as devidas proporções, o cenário remete às enchentes que devastaram o Rio Grande do Sul em abril do ano passado. A tragédia deixou um rastro de destruição e resultou em mais de 23 mil avisos de sinistros, com um total de R$ 1,673 bilhão em indenizações pagas, segundo a Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg). No entanto, esse número representa apenas uma fração dos prejuízos reais, já que a maioria dos imóveis atingidos não possuía seguro.
Um estudo realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revelou que cerca de 80% dos imóveis afetados pelas enchentes no Rio Grande do Sul não estavam segurados, ampliando ainda mais o impacto econômico e social da tragédia.
Esses eventos não são casos isolados. São parte de uma tendência global impulsionada pelas mudanças climáticas. Segundo um levantamento realizado pela WTW, utilizando a ferramenta Climate Quantified, São Paulo, Porto Alegre, Belo Horizonte e Rio de Janeiro estão no nível quatro de um índice que mede o risco climático até cinco, prevendo chuvas ainda mais intensas nos próximos anos.
Ano | Alertas de desastres | Ocorrências de desastres |
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2020-2023 (média anual) | 4.077 | 2.073 |
2024 | 3.620 | 1.690 |
Janeiro 2025 | 3.620 | 1.690 |
O aumento da severidade dos eventos climáticos também é evidenciado pelos dados do Cemaden. Em janeiro de 2025, o órgão registrou um total de 3.620 alertas de desastres no Brasil, com 1.690 ocorrências de enchentes, enxurradas e deslizamentos de terra. Esse é um aumento significativo em comparação com os anos anteriores. Entre 2020 e 2023, a média anual de desastres relacionados ao clima foi de 4.077 eventos, quase o dobro da média anual de 2.073 eventos registrada nas duas décadas anteriores (2000-2019). Em 2024, o número de alertas de desastres foi o maior desde o início do monitoramento em 2011, conforme noticiado pela ClimaInfo e pela Agência Brasil.
Ao mesmo tempo, os impactos dos eventos extremos vão além das chuvas. Em 2023, os desastres naturais geraram mais de R$ 7 bilhões em indenizações pagas pelas seguradoras no Brasil, segundo levantamento da CNseg. Desses valores, R$ 3,2 bilhões foram relacionados a enchentes, R$ 1,5 bilhão a deslizamentos, R$ 1,2 bilhão a incêndios florestais, R$ 800 milhões a tempestades e vendavais e R$ 300 milhões a outros desastres naturais.
Tipo de evento | Indenizações pagas (R$) |
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Enchentes | 3,2 bilhões |
Deslizamentos | 1,5 bilhões |
Incêndios florestais | 1,2 bilhões |
Tempestades e vendavais | 800 milhões |
Outros Desastres Naturais | 300 milhões |
Total | 7 bilhões |
Diante desse cenário de crescente risco e vulnerabilidade, a questão da proteção do patrimônio nunca foi tão relevante. Embora a adaptação e as políticas públicas sejam essenciais, a escolha por seguros residenciais pode ser a forma mais direta de garantir que as famílias estejam preparadas para enfrentar essas adversidades.
Apesar da crescente exposição ao risco, o Brasil ainda possui baixa adesão ao seguro residencial. Segundo a CNseg, apenas 17% das casas e apartamentos do país possuem seguro, e menos de 1% conta com cobertura para alagamentos. Essa lacuna deixa milhões de famílias vulneráveis a perdas irreparáveis, enquanto o impacto financeiro dos desastres naturais cresce a cada ano.
Ano | Indenizações pagas (R$) | Tipo de evento |
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2020 | 5,2 bilhões | Enchentes, deslizamentos, incêndios florestais, tempestades e vendavais |
2021 | 5,8 bilhões | Enchentes, deslizamentos, incêndios florestais, tempestades e vendavais |
2022 | 6,5 bilhões | Enchentes, deslizamentos, incêndios florestais, tempestades e vendavais |
2023 | 7 bilhões | Enchentes (3,2 bilhões), deslizamentos (1,5 bilhões), incêndios florestais (1,2 bilhões), tempestades e vendavais (800 milhões), outros desastres naturais (300 milhões) |
Tipo de evento | Indenizações pagas (R$) | Exemplo de evento |
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Enchentes | 3,2 bilhões | Enchentes no Rio Grande do Sul em 2024 |
Deslizamentos | 1,5 bilhões | Deslizamentos em Petrópolis em 2022 |
Incêndios florestais | 1,2 bilhões | Incêndios no Pantanal em 2020 |
Tempestades e vendavais | 800 milhões | Tempestades em São Paulo em 2023 |
Outros desastres naturais | 300 milhões | Diversos eventos climáticos menores |
O aumento da frequência de eventos extremos já é uma realidade. A adaptação e a gestão de riscos serão fundamentais para minimizar impactos e proteger tanto os bens materiais quanto a estabilidade financeira das famílias nos próximos anos. Medidas preventivas tornam-se indispensáveis, e, além da necessidade de investimentos em infraestrutura urbana e políticas públicas eficazes, a contratação de seguros se apresenta como uma solução acessível e estratégica para proteger patrimônios e garantir maior tranquilidade em meio às incertezas climáticas. Com valores que podem partir de R$ 50 mensais, um seguro residencial pode significar a diferença entre uma recuperação rápida e uma perda irreversível.