São eles, a Priscilla Pazos, gerente da área de investimentos na WTW Brasil desde 2015. A Priscilla acompanha o monitoramento contínuo da indústria de fundos e gestores de investimentos, além de ser parte da equipe de monitoramento de performance e risco, e participar ativamente dos projetos multidisciplinares de aposentadoria.
E o Gabriel Gutierrez, head da área de previdência complementar, focado nas entidades abertas, além de oferecer estratégias de bem-estar financeiro, para entidades fechadas e abertas, em previdência complementar, e consequentemente, para as empresas que oferecem esse benefício aos seus empregados.
Pessoal, agradeço demais por terem aceitado esse convite, para dividir com os nossos ouvintes um pouquinho da expertise de vocês.
Sejam muito bem-vindos.
[PRISCILLA PAZOS] Bom, pessoal, um prazer estar com vocês hoje, espero que nosso papo seja de muito proveito.
[GABRIEL GUTIERREZ] Legal, prazer estar aqui com vocês, para tratarmos de um tema tão importante para as empresas e para os indivíduos, e espero poder contribuir bastante, aqui.
[CARINA RODRIGUES] Priscilla e Gabriel, a gente encerrou a nossa rodada de podcasts de 2024, com uma retrospectiva do ano, e as perspectivas para 2025.
Entre tantas possibilidades para esse ano que acabou de começar, a gente falou recentemente, para os nossos clientes do clube de investimentos, em uma sessão exclusiva e presencial no escritório de São Paulo, sobre os principais desafios que enfrentaremos esse ano.
Priscilla, você consegue trazer aqui, para o nosso público, um pouquinho do que a gente vai ter pela frente em termos de investimentos versus resultados?
[PRISCILLA PAZOS] Bom, Carina, é um tema que vem trazendo preocupações para as entidades, porque temos um cenário macroeconômico bastante desafiador, especialmente quando a gente vê que o risco não paga a conta.
Então, cenários com taxas de juros elevadas, em que ativos com menor risco conseguem entregar retornos reais positivos, é o momento em que o risco se torna um fator que precisa de mais gerenciamentos, e de um maior gerenciamento de parte, tanto dos gestores, né, de investimento das entidades, quanto, por exemplo, dos programas de comunicação delas, para poder passar essa estratégia de investimento para os participantes.
Então, 2024 foi um ano difícil, em termos de retorno, se a gente olhar e comparar com anos anteriores, a gente está em patamares menores, e a perspectiva é que 2025 continue sendo desafiador, porque a gente já viu, né, Selic vai continuar alta por bastante tempo, inflação, ela está respondendo de forma aumentada, né, então isso não dá espaço para o Banco Central cortar juros, e continua o mesmo ciclo que a gente tem até agora.
Então, é um desafio bastante grande a gente trazer essa gestão para os fundos, e esse desafio dos participantes conseguirem entender esse tipo de resultados, né.
Como por exemplo, perfis de investimentos com mais risco, eles vão ter maiores dificuldades de entregar retornos históricos altos que eles tenham entregado em outros tempos. Como, quando a gente falava, em 2017, bolsa muito alta, 2018 bolsa alta, também.
Então são cenários que vão exigir da gente um controle, um compliance, e uma atenção muito maior.
[CARINA RODRIGUES] Pri, eu posso dizer então, que nesse contexto todo que se apresenta, os dirigentes dos fundos de pensão, eles vão ter que exercitar bastante a sua resiliência, e investir fortemente na comunicação com os seus participantes. Você acha que isso é um pilar essencial para 2025?
[PRISCILLA PAZOS] Eu acho que é a base, assim, de tudo.
Eu faço corrida de rua já faz muito tempo, mais de 20 anos. Eu faço um paralelo sempre com as corridas, porque, não é o mesmo correr hoje, com 20 anos de experiência, do que quando eu comecei, lá atrás. E isso envolve muito processo, e muito esforço, né.
Então não é somente a dedicação, por exemplo, na corrida, que vai fazer com que na tua prova alvo, você vai ter sucesso. Então, os investimentos é a mesma coisa, né.
Não é somente cuidar dos investimentos, que vai me dar o resultado com os investimentos, se não tiver uma comunicação boa com os participantes, se não tiver um processo, de comunicação, por exemplo, de perfis de investimento, se não tiver um bom processo de olhar para as regras de contribuição, por exemplo, dos planos, que eventualmente vai ter efeitos em como que são desenhados esses perfis de investimento, em como que esses saldos de contribuição são feitos, tudo isso faz parte de um processo, né.
E, claro, o participante tendo consciência de tudo que acontece dentro do fundo de pensão, com uma transparência maior, ele consegue tomar melhores decisões. E também, o pedido das informações que chega para a entidade, ele é muito mais claro, muito mais objetivo.
Então essa comunicação, se torna completamente essencial, e eventualmente, ter as informações dentro do fundo de pensão para poder passar isso para o participante, também se torna essencial. Por exemplo, a gente tem processos, por exemplo, que ajudam e auxiliam as entidades a terem informação na mão da sua população, para saber como chegar, e como fazer essa comunicação para eles.
Então por exemplo, quando a gente fala de estudos de população, que muitas das vezes vincula, te dá, por exemplo, uma noção se tua população é nova, se tem um pessoal que já está chegando mais próximo do momento da aposentadoria, se eu preciso mais risco, menos risco, dentro das carteiras.
É um processo que às vezes a gente não vê que é feito com muita frequência, mas que te ajuda a direcionar muito das tuas campanhas e comunicação que seria essencial para tanto formar estratégia de investimento, quanto para comunicar elas.
Então acho que isso realmente se torna muito importante para dentro das entidades, inclusive eu acho que o Gabriel, que tem estado ali no dia-a-dia, de comunicação, pode nos ajudar um pouco mais com essa visão de comunicação e de estar ali no dia-a-dia com as entidades e os patrocinadores.
[GABRIEL GUTIERREZ] Legal, obrigado, Pri. Eu acho que o que eu vou trazer aqui para vocês vai muito ao encontro do que você comentou, acho que nada disso tem um bom efeito sem um bom trabalho de comunicação.
Vale lembrar que a gente está falando de pessoas, e nós tivemos uma recente pesquisa aqui na WTW, que se chama: "Atitudes Sobre Benefícios", e quando a gente olha na visão dos colaboradores, na visão dos empregados, nós tivemos um retorno de que 58% dos participantes afirmaram que as preocupações financeiras tiveram um impacto negativo no seu bem-estar geral, e aí a gente pode olhar aí para isolamento social, alimentação menos saudável, saúde deixada para segundo plano, o que a gente ouve bastante falar, sobre estresse e ansiedade, entre outros fatores, né. As pessoas que têm preocupação financeira, obviamente tendem a ter menos engajamento em relação ao seu trabalho, ninguém é de ferro.
As empresas já se conscientizaram, de fato, que empregados emocionalmente, fisicamente, socialmente e financeiramente saudáveis produzem mais, são mais engajados e podem impactar positivamente nos resultados das organizações, acho que essas são as principais dimensões do bem-estar, sem falar no que a gente ouve, também, bastante de absenteísmo e presenteísmo, onde o colaborador, de fato, vai de corpo para a empresa, trabalhar na empresa, mas está com a cabeça nos seus problemas financeiros, com alguma dívida, com algum empréstimo, com algum financiamento.
Então tem impacto diretamente na produtividade, o bem-estar financeiro do colaborador. Vale a gente olhar essa parte de comunicação sob duas perspectivas, que nós podemos chamar de essenciais.
Para os mais jovens, aqueles que de fato têm um período maior de contribuição, de acumulação, mais tempo até chegar à sua aposentadoria, e aqueles que já estão já na fase pré-aposentadoria.
O programa de previdência complementar, por si só, já é um programa complexo, quando a gente entra em suas características, em suas modalidades, quando você bem disse, e trouxe aqui alguns termos, como: perfis de investimentos, metas de rentabilidade. A gente olha, fase de acumulação, de desacumulação, ganhos, perdas.
Imposto de renda, enfim, ficaria aqui até amanhã falando de termos relacionados a investimentos e previdência, e isso de fato só aumenta a dificuldade do entendimento do usuário final, do indivíduo, em relação ao tema.
[CARINA RODRIGUES] Recentemente, teve a publicação de um podcast falando muito sobre procurar ter uma linguagem mais simples, para que as pessoas possam entender esse benefício. Para ter esse benefício fazendo um efeito positivo nas suas vidas, né.
Gabriel, como é que você acha, com todo esse seu conhecimento, como é que você acha que a gente endereça uma comunicação eficiente para esses dois públicos que são tão distintos?
[GABRIEL GUTIERREZ] Legal, Carina. Veja, acho que você trouxe um ponto muito importante.
Basicamente, quando a gente fala em público, em questões geracionais, a gente não pode deixar de falar da transformação geracional, onde a gente se depara, hoje, com usuários exigindo atendimentos, assessorias, cada vez mais customizados, cada vez mais personalizados, os sonhos e desejos de cada indivíduo varia de pessoa para pessoa.
Vai ter aquele indivíduo, que ele está na fase de controle de dívida, que ele está na fase de disciplina financeira, e a gente vai se deparar com outros indivíduos, já na fase de construção de patrimônio, sucessão familiar, fase de aposentadoria.
Então é importante a gente olhar o indivíduo como centro, nesse processo. E não apenas para a massa, como um todo.
Voltando um pouquinho, para a importante pesquisa que a gente realizou, quando a gente pergunta para os participantes o que eles mais desejam no final em relação ao bem-estar financeiro, 70% deles, depois eu posso até de fato confirmar, esse percentual, mas é mais ou menos isso, esperam ferramentas intuitivas de educação financeira. Eles querem mais facilidade, eles querem algo mais próximo, mais tangível, em relação a um tema tão complexo.
E mais de 50% deles confiam na empresa para dar conselhos sólidos e terem melhores acordos comerciais e técnicos, que talvez ele teria ali em uma agência bancária, através do seu gerente, através do canal balcão.
Então o papel da empresa, o papel da entidade, o papel da patrocinadora, é extremamente fundamental. Quando a gente entra na mandala de wellbeing, eu gosto de trazer isso, também, que a gente vê que está conectado todas as dimensões.
O bem-estar físico, o bem-estar emocional, o bem-estar espiritual, junto com o bem-estar financeiro, que a gente está debruçado, aqui.
Quando a gente pergunta para os RHs: "Quais dessas dimensões vocês mais priorizam?" E obviamente, a resposta que vem, é o emocional, é a dimensão do bem-estar emocional. Deixando o bem-estar financeiro por último.
E quando a gente faz essa mesma pergunta para o colaborador, para o participante, que é o centro dessa pesquisa, ele sinaliza que dá mais foco no bem-estar financeiro, colocando o emocional, tudo certo, tudo bem, em segundo lugar.
Então a gente precisa convergir os interesses, e esses esforços, na visão dos participantes.
[CARINA RODRIGUES] Não existe exatamente um bem-estar emocional se a pessoa não estiver com o bem-estar financeiro em dia.
[GABRIEL GUTIERREZ] Exato.
[CARINA RODRIGUES] Não tem como.
[GABRIEL GUTIERREZ] Você não dorme direito se você não está bem financeiramente, você não se alimenta direito, você não tem uma boa relação.
É um tema complexo.
E a comunicação digital é a principal alternativa aqui, mas a gente não pode abrir mão de um atendimento humanizado, com palestras, plantões, webnars, consultoria individuais.
[CARINA RODRIGUES] Gabriel, quando você menciona esse atendimento tecnológico, o que você está querendo dizer, aqui? Você está querendo falar para a gente do LifeSight, que é a ferramenta que a WTW oferece hoje, em parceria com a Onze?
[GABRIEL GUTIERREZ] Carina, o LifeSight hoje, ele é uma realidade.
Eu estou falando de fato, o que consideramos ser o melhor cenário, na visão como consultores. O que a gente tem que passar, para os nossos clientes, seja pessoa jurídica ou pessoa física, aquilo que a gente entende que traz uma maior facilidade, um maior engajamento, o que é melhor de fato, para ele.
O nosso programa é sensacional. Inclusive, quero aproveitar o espaço aqui, para deixar as portas abertas, se alguma empresa, alguma entidade, alguma patrocinadora que está nos ouvindo, quiser conhecer.
Eu vou ter o maior prazer para apresentar para vocês, a gente explicar um pouquinho qual que é a dinâmica, quais são as soluções que a WTW traz dentro desse programa global, que se chama LifeSight.
E assim, Carina. Não adianta a gente implementar um programa de educação financeira, dentro da entidade, dentro do fundo de pensão, dentro de uma empresa que tem o plano administrado por uma seguradora, se ele é naqueles modelos, nos moldes tradicionais, o modelo estático, onde a empresa vai lá, realiza uma, duas palestras, deixa alguns materiais, alguns conteúdos educativos, e vai embora.
Não, isso não vai trazer, de fato, um engajamento. Eu acho que isso, a empresa não pode fazer o mais do mesmo, só para dizer que tem um programa de educação financeira.
O nosso propósito aqui, é ajudar as empresas a cuidar do futuro dos seus empregados, para que eles tenham de fato uma disciplina, um bom planejamento financeiro e qualidade na aposentadoria. Então não é à toa que eu gosto de mencionar o LifeSight.
[CARINA RODRIGUES] Pri, Gabriel, infelizmente o nosso tempo está esgotando, aqui.
Antes da gente finalizar, efetivamente, eu queria que vocês deixassem aqui uma mensagem para quem está nos ouvindo hoje. Priscilla.
[PRISCILLA PAZOS] Uma mensagem, seria: Acompanhe de perto seus investimentos. Mantenha eles sempre monitorados, porque essa é a primeira base de compliance, de governança, a partir disso você conhece e consegue transmitir muitas informações para os seus participantes.
Então, esteja sempre bem próximo do dia-a-dia, tanto os investimentos, quanto as informações que se tem dentro da entidade, para poder atuar com a maior transparência possível, para toda a população.
[GABRIEL GUTIERREZ] Legal, Priscilla.
Estava pensando aqui, qual o recado final, vou aproveitar que você, como atleta, fez um paralelo com a sua corrida, eu também gosto de fazer uma correlação com um esporte que eu pratico, que é o surfe.
Então, educação financeira, é como surfar. A gente pode trazer esse ponto, no começo pode parecer um pouco complicado entender as ondas do mercado financeiro, assim como as ondas do mar, porque exige, de fato, disciplina, paciência, leitura do cenário, leitura de movimentos, por que não.
Qual a hora certa de entrar em uma onda, qual a hora certa de sair de um papel, de um título, de uma ação, e um bom equipamento, uma boa ferramenta. Para surfar você precisa entender qual o tamanho do mar, qual o tamanho da sua prancha, qual é a prancha mais adequada.
E no mercado financeiro, para uma boa saúde financeira, você precisa de uma boa ferramenta. E aí, eu não quero aqui, rasgar seda para o LifeSight, de fato, mais uma vez.
Mas eu acho que, o segredo, se eu pudesse passar o segredo em relação a essa parte de saúde financeira, se você se prepara com consistência, você vai evitar caldos, gasto de energia na remada, de forma desnecessária, e ainda você vai aproveitar os bons momentos com equilíbrio e tranquilidade para a sua aposentadoria, enfim, mais adiante. Bom, esse é o recado que eu queria passar para vocês.
[CARINA RODRIGUES] Pessoal, sensacional, o papo, como sempre, está ótimo, mas chegamos aqui ao final de mais um episódio do podcast Saúde e Benefícios.
Hoje, falando sobre o cenário de investimentos para 2025 e o desafio do patrocinador e das entidades em administrar os anseios da sua população. Obrigada, Priscilla e Gabriel, por dividirem seu tempo conosco, e também o seu conhecimento.
Obrigada a todos os ouvintes por nos acompanharem nesse episódio. Até a próxima edição do nosso podcast Saúde e Benefícios.
[ANNOUNCER] Obrigado por participar do podcast Saúde e Benefícios. Para mais informações, acesse nossas mídias sociais, e a sessão de insights no wtwco.com.