As mudanças climáticas têm intensificado a frequência e a gravidade de catástrofes naturais no Brasil, como enchentes, secas e incêndios florestais. Em 2024, o país registrou 3.620 alertas de desastres naturais, um aumento de 5,7% em relação ao ano anterior. Esses números revelam que os riscos não são mais uma possibilidade distante, mas uma realidade cada vez mais presente em todo o país.
A etapa inicial para proteger qualquer empresa de catástrofes naturais é compreender os riscos climáticos específicos aos quais ela está exposta. Negócios com operações espalhadas por diferentes localidades estão suscetíveis a ameaças distintas em cada região, como enchentes, secas ou deslizamentos.
Entre as ferramentas avançadas disponíveis para mapear riscos climáticos, destacam-se os sistemas de geolocalização e os modelos de simulação de cenários climáticos:
Além disso, tecnologias de inteligência artificial e machine learning têm sido incorporadas a esses sistemas para identificar padrões emergentes e prever com maior precisão os impactos de mudanças climáticas.
Após identificar os riscos climáticos específicos, é fundamental avaliar seus impactos nas operações da empresa, considerando os cenários mais críticos para cada região e avaliando desde o potencial de perdas financeiras até a vulnerabilidade da infraestrutura local.
Por exemplo, uma unidade localizada em uma área propensa a enchentes deve verificar se a elevação da água pode interromper o funcionamento de equipamentos, afetar o transporte de mercadorias ou comprometer o fornecimento de energia. Com essas informações, é possível adotar estratégias que vão desde ajustes na infraestrutura, como a instalação de barreiras físicas e sistemas de drenagem, até a diversificação da cadeia de suprimentos para evitar interrupções.
O planejamento preventivo deve ser combinado com a criação de protocolos claros de resposta a desastres. Isso inclui planos de evacuação, rotas alternativas para logística e até a alocação de recursos emergenciais. Preparar a equipe para lidar com eventos climáticos extremos também faz parte de uma estratégia eficaz, garantindo que todos saibam como agir rapidamente em situações críticas.
Por fim, revisar periodicamente essas medidas e adaptá-las às mudanças no clima e nos negócios é essencial. Uma estratégia que funciona hoje pode se tornar insuficiente no futuro, especialmente diante do cenário de crescente imprevisibilidade climática.
Mesmo com estratégias robustas de mitigação e prevenção, alguns riscos climáticos não podem ser completamente eliminados. Nesse cenário, o seguro se torna uma ferramenta indispensável para proteger financeiramente as empresas contra eventos inesperados.
O primeiro passo é garantir que a cobertura escolhida esteja alinhada às vulnerabilidades identificadas. Apólices tradicionais são importantes para cobrir danos físicos à infraestrutura e interrupções operacionais, mas podem ser insuficientes diante da complexidade de alguns desastres.
Soluções complementares, como os seguros paramétricos oferecem uma camada adicional de proteção. Diferentemente das apólices convencionais, que requerem análises detalhadas de danos para liberar pagamentos, os seguros paramétricos são acionados automaticamente quando parâmetros predefinidos são atingidos. Isso permite que os recursos cheguem rapidamente às empresas, reduzindo o impacto financeiro e agilizando a recuperação.
Ter um seguro adequado também é uma questão de continuidade dos negócios: empresas que conseguem voltar a operar rapidamente após uma catástrofe ganham vantagem estratégica sobre aquelas que enfrentam atrasos e prejuízos prolongados.
Revisitar regularmente as apólices é essencial para garantir que elas acompanhem as mudanças no cenário de riscos climáticos. Tudo isso assegura que a empresa esteja sempre preparada para enfrentar os desafios impostos pelas mudanças climáticas e pelas peculiaridades de cada região.