Nas conversas sobre relações comerciais, crescimento dos negócios e agilidade de processos, o setor logístico sempre está em grande evidência. Afinal, trata-se de uma área imprescindível na estruturação e no planejamento estratégico de muitas empresas, pois tornam possível que um novo projeto, por exemplo, possa ser efetivado, pois haverá condições de escoamento do que venha a ser produzido.
Além disso, quando os gestores mantêm uma visão atenta sobre todo o ciclo logístico de seus negócios, as perdas são significativamente reduzidas, pois situações que podem ser críticas, foram pensadas e contingências, criadas.
Para se ter uma ideia, a edição de 2024 do Perfil dos Operadores Logísticos mostrou que o setor tem extrema importância para o desenvolvimento e para a economia brasileira. Em 2023, a área de logística faturou R$ 192 bilhões, equivalente a 1,8% do PIB nacional.
Dentre muitos processos que envolvem essas operações, o transporte de mercadorias e de bens é de extrema importância e merece ser tratado com muita seriedade e segurança, tomando assento na mesa das decisões estratégicas.
No entanto, negligenciar os riscos da logística pode resultar em custos elevados, vindo a comprometer a eficiência dos processos em andamento e até mesmo colocar em risco a reputação das empresas.
Por isso, a compreensão das exposições dos riscos ocultos e sua necessário mitigação através de ferramentas e processos de gerenciamento de riscos, se tornam primordiais para garantir a segurança do resultado no transporte logístico de cargas, promovendo a eficiência em elevada performance das operações.
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Em 2023, segundo o relatório sobre roubos de carga da NSTech, o número de ocorrências desse tipo ultrapassou 17 mil, resultando em um prejuízo total superior a R$ 1,2 bilhão para as empresas impactadas. Esse dado alarmante representa uma das maiores preocupações para as empresas que dependem do transporte logístico de suas mercadoras através do modal rodoviário, o mais utilizado no Brasil.
Embora algumas áreas e regiões sejam mais propensas a assaltos, esses crimes nem sempre são previsíveis já que quadrilhas mudam constantemente de atuação e adotam métodos cada vez mais sofisticados, dificultando sua identificar e exigindo cada vez mais investimento, de forma que se possa estar um passo à frente.
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Qualquer atividade que envolva o trabalho humano pode estar suscetível a erros. No entanto, quando se trata de segurança no transporte de mercadorias, a análise cuidadosa de cada detalhe é essencial.
Por isso, cada ameaça potencial deve ser avaliada com extrema cautela, uma vez que as consequências de uma falha não apenas comprometem os negócios, mas também colocam em risco a segurança de todos os envolvidos.
Entre as falhas humanas nesse setor, podemos citar a baixa adesão a processos de treinamentos e reciclagem em processo, que pode causar desde o descumprimento de regra ou norma pactuada, até as próprias normas de segurança no transporte, como a imprudência na direção por velocidade excessiva, desvio de atenção durante a condução e até falta de aderência aos protocolos de transporte, como locais corretos para pernoite, rotas definidas e janelas de entrega, planejadas.
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Para evitar a exposição ao risco de falhas técnicas, segundo levantamento realizado pelo Perfil dos Operadores Logísticos, o setor aumentou consideravelmente o investimento na modernização de frotas e instalações, como formas de se evitar acidentes por falhas nos equipamentos de transporte.
Aos que assim investiram e até que ocorra um incidente de impacto, infelizmente, esse é mais um risco que pode passar despercebido. Por isso, é fundamental que as empresas monitorem constantemente suas operações logísticas e invistam fortemente na manutenção preventiva, com elaboração de controles e e processos de sensibilização para todos os equipamentos e meios de transporte.
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Somados aos itens anteriores, temos as condições climáticas como outro fator imprevisível e que representa um risco importante, que não só agrava as exposições em risco já existentes, principalmente em rotas que envolvem regiões com risco de fenômenos extremos, como chuvas fortes, ventanias e até inundações, podendo chegar a inviabilizar o transporte durante seu curso, necessitando, portanto, do planejamento de contingências que podem ser adotadas, como forma a dar ao transporte alternativas seguras em caso de interrupção de percurso ou alteração rota por problema climático eminente.
Pensar em uma possível exposição sobre este risco é fundamental pois, embora a previsão meteorológica seja amplamente divulgada, contando com tecnologia de ponta em sua previsão, o impacto exato do clima nem sempre pode ser antecipado, especialmente quando há mudanças abruptas no tempo.
A falta de preparo para lidar com essas condições na criação de planos de contingências, pode causar atrasos, danificar mercadorias e colocar em risco a segurança dos motoristas, das equipes envolvidas e dos bens.
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Com o exponencial crescimento da tecnologia em todos os setores — incluindo o logístico — a segurança cibernética se destaca como um dos riscos ocultos críticos neste segmento.
Essa preocupação tem ainda mais fundamento ao considerarmos que, atualmente, todas as operações logísticas contam com inúmeros serviços digitais, como softwares de gerenciamento de cargas, plataformas de comunicação e rastreamento por GPS, integrados a outros sistemas e muitos integrados as IA o que não garante total segurança ao dado transitado.
Essas tecnologias, embora necessárias, podem ser vulneráveis a “ataques de hackers” que podem invadir redes, interromper operações, além de manipular dados, podendo deixar veículos de transporte, em rota, às cegas em termos de proteção por monitoramento.
Apesar de não serem visíveis de imediato, essas invasões podem causar danos significativos, como o vazamento de dados sensíveis, desvio de mercadorias e paralisação das operações, por exemplo.