Até pouco tempo atrás, a escolha de um investimento levava em consideração apenas e preferencialmente critérios técnicos: qual a melhor estratégia, qual o gestor mais confiável, quando investir, análise dos cenários. Tudo se resumia a escolher onde colocar o dinheiro e como obter o melhor rendimento.
Hoje o cenário mudou. E muito.
Com o surgimento do ESG, além destas características, conferiu-se mais uma camada técnica na tomada de decisões. Agora, os investidores podem optar por investimentos em empresas comprometidas com os critérios ESG, principalmente com práticas de preservação do meio ambiente. E qual o caminho está sendo mais escolhido? De fato, os produtos financeiros que levam este selo de qualificação têm apresentado melhores resultados.
E pode ter certeza, não estamos falando de iniciativas isoladas, mas de um movimento que cresce cada vez mais.
Na sua empresa, esta já é uma prática? As decisões sobre investimentos levam em consideração os aspectos difundidos por esta nova forma de classificação? Você concorda que escolher um investimento sustentável pode contribuir para uma sociedade mais equilibrada?
O conceito de ESG teve início com os fundos de investimentos nos Estados Unidos e se expandiu para o mercado como um todo. Mas quando se fala de ESG em investimentos, estamos nos referindo basicamente a produtos. Escolher uma determinada ação, fundo, gestor ou título de renda fixa de uma empresa ou de outra.
Hoje, o processo de seleção de fundos, por exemplo, tem como um dos pontos de avaliação se o veículo tem aderência às práticas ESG. Alguns estudos mostram que esta escolha gera valor agregado, que os produtos com selo ESG têm uma vantagem em relação aos produtos que ainda não receberam esta qualificação.
Este aspecto é importante; não é uma questão de ser “bonzinho”, é ser inteligente. Fazer negócios, investir na atividade produtiva sem causar prejuízo ao planeta e colaborar para o desenvolvimento social.
Hoje, chegamos a comparar níveis ESG de empresas diferentes. Ou seja, a questão já não é ser ou não ser ESG, mas ser mais ESG do que meu concorrente.
Embora ainda faltem critérios mais claros de mensuração, a preocupação maior no momento de se definir quais investimentos serão feitos, é que não basta ser ESG, tem que ser bom em ESG.
Quando avaliamos um investimento temos que ir fundo nessa questão, exatamente para não cair na armadilha de fazer esta opção apenas porque virou algo obrigatório. Tem que ter uma avaliação técnica aprofundada e cautelosa. Não é apenas a empresa se auto declarar ESG, apresentar apenas uma iniciativa isolada, ganhar um selo e fazer marketing. É importante olhar além do selo.
Muitos gestores fazem um trabalho sério para buscar opções com alto nível de ESG, que agrega valor no longo prazo. Nesta nova cultura de investimentos, por exemplo, checar os rankings como o da Bolsa de Valores de São Paulo é bom começo.