Ir para o conteúdo principal
main content, press tab to continue
Artigos

Energy Market Review 2022

Análise do Mercado de Petróleo e Gás 2022

Por Graham Knight | Junho 13, 2022

Lidando com a incerteza: gerenciando a transição em meio à turbulência geopolítica
N/A
N/A

Bem-vindo ao nosso Energy Market Review 2022 (EMR). Como se a COVID-19 e seus efeitos devastadores nos últimos dois anos não fossem suficientes, agora nos encontramos vivendo na era geopolítica mais turbulenta que qualquer um de nós pode se lembrar. Só podemos pensar naqueles diretamente afetados pelos eventos na Europa Oriental.

O efeito na indústria de petróleo e gás, é claro, foi profundo. Não se via preços do petróleo tão altos há mais de uma década; de fato, à medida que os governos ocidentais continuam a mostrar sua determinação em evitar o petróleo e o gás russo, parece claro que esses preços vieram para ficar por um bom tempo.

Em períodos anteriores, os preços mais altos do petróleo eram geralmente uma boa notícia para a indústria. E para as seguradoras, normalmente significavam fluxos de prêmios mais altos devido ao aumento da utilização de plataformas de petróleo, margens de refinaria e atividade de exploração e produção, junto com novos projetos de construção. Mas após a COP-26, a indústria deve agora se conformar com as consequências da transição energética, um processo que pode ser acelerado pelos eventos recentes no Leste Europeu, dando oportunidade para que os governos intensifiquem seus esforços para encontrar fontes de energia alternativas ao petróleo e gasolina. Uma transição que implica que qualquer futura expansão da indústria de petróleo e gás, mesmo que seja em resposta a esta nova era geopolítica, possa ser relativamente limitada e a curto prazo.

A WTW intitulou o  novo relatório “Lidando com a incerteza” porque acreditamos que este é o cenário de risco mais desafiador e incerto que o setor de energia enfrenta desde a virada do século.

Na primeira parte, incluímos artigos sobre modelos de risco (com destaque especial ao risco físico e de transição), gestão de riscos geopolítico e exposições potenciais a diretores e investidores. Também incluímos uma perspectiva dos Estados Unidos sobre como a transição energética se desenvolverá em todo o mundo.

Na segunda parte, incluímos trechos de duas entrevistas realizadas recentemente com algumas seguradoras seniores do mercado de Energia. Não há dúvida que de maneira geral, o mercado ainda está numa etapa pioneira de desenvolvimento de uma postura comum, consistente e viável quando se trata de avaliar os fatores de ESG (Ambiental, Social e de Governança) dos clientes ao oferecer cobertura. No entanto, a produção do novo Questionário de Transição de Energia pelo London Joint Rig Committee representa pelo menos um ponto de partida no desenvolvimento de uma abordagem comum para as seguradoras avaliarem os perfis ESG de seus clientes, enquanto David Cosserat, da SCOR, oferece uma perspectiva interessante sobre como as seguradoras desenvolverão sua abordagem ESG ao longo do tempo. Também analisamos os problemas apresentados pelo aumento das avaliações de ativos como resultado dos recentes aumentos nos preços das commodities e como eles podem afetar os pagamentos de sinistros futuros.

Na terceira parte focamos, como sempre, no mercado segurador de Petróleo e Gás. Até que os eventos na Europa Oriental nos alcançassem, a história era (e em grande medida ainda é) um leve abrandamento das duras condições do mercado que vimos anteriormente; de fato, em algumas linhas de negócios, observamos reduções reais na avaliação (rating) dos negócios mais valorizados.

Nessa edição do EMR 2022, destacamos a perspectiva para a América Latina e Miami, que contou com as contribuições de nossas lideranças Ana Maria Gomez Ordoñez - Energy Leader for Latin America e Maria Sol Batallé - Natural Resources Leader for Latin America, que compartilhamos a seguir.

Perspectivas da América Latina e Miami (foco em downstream)

O ano de 2022 pode ser de “retomada ao normal” para o mercado latino-americano, pois observamos clientes, seguradoras e corretores começando a viajar e deixando para trás as restrições da COVID-19. Os profissionais de mercado continuam cautelosos, mas ainda estão dispostos a se encontrar com parceiros que não viram nos últimos dois anos. Portanto, embora os benefícios da virtualidade não sejam perdidos e os subscritores continuem equilibrando o trabalho no escritório e o trabalho remoto, veremos mais uma vez o retorno das negociações presenciais realizadas no passado.

Capacidade

Observamos uma nova capacidade significativa de entrada no mercado de Downstream na região; uma grande seguradora anunciou que agora pode oferecer US$ 100 milhões para o negócio de Downstream, e esperamos que chegue a US$ 200 milhões durante o primeiro semestre de 2022. Essa capacidade será oferecida como resseguro em primeira instância e em breve estará acessível por meio de mercados de seguros diretos. O restante do mercado continua a oferecer níveis inalterados de capacidade e apetite comercial, como ainda é o caso do negócio de Midstream. Enquanto isso, outra grande seguradora internacional mencionou sua intenção de aumentar sua participação regional no negócio de petróleo e gás com capacidade por risco aumentada para 15% (sujeito a um máximo de US$ 50 milhões por risco).

Para o mercado de Upstream, a capacidade para cobertura Overall Equipment Efficiency (OEE) ou Offshore pura permanece limitada a duas grandes (res)seguradoras regionais, com a capacidade restante acessível a partir de Londres (e para alguns países, oportunidades nos mercados dos EUA).

Interesse renovado dos mercados de subscrição

Também estamos observando um interesse crescente de seguradoras que preferem participar como apoiadores de um líder em Londres. Outra grande seguradora lançou um novo produto para subscrever parcelas e negócios de excesso de perdas, começando com uma capacidade de US$ 5 milhões. O território inclui a América Latina e o Caribe a partir de março de 2022, administrado desde o escritório de Miami. Os demais líderes de mercado na região permanecem inalterados.

Níveis de tarifação da empresa

O mercado de downstream da América Latina continua sendo o "mais difícil" de todos os mercados regionais, pois a capacidade é limitada nessa região. No entanto, a tendência atual é pelo menos a redução dos aumentos de avaliação que temos visto nos últimos dois anos.

Mudanças na estrutura do programa limitam a dinâmica de endurecimento

Ressaltamos também que qualquer alteração nas estruturas dos programas (por exemplo, retenções, franquias e limites) no momento da renovação gera pressão para manter as taxas de riscos nas renovações ou, no pior dos casos, aumentos de até 10%. No caso de riscos ou programas que apresentem perdas, podem receber aumentos superiores a esse valor.

Essas mudanças na estrutura exigem que as seguradoras aumentem suas capacidades para manter o mesmo nível de prêmio bruto emitido no ano de vencimento, o que permite maior concorrência e benefícios aos clientes.

As questões de ESG se tornam cada vez mais importantes

Identificamos também que o ESG vai se tornar uma tendência importante. Compradores que puderem demonstrar e validar suas credenciais ESG (por exemplo, iniciativas de economia circular, investimento em recicláveis para produtores de plástico, transição para energias renováveis, biocombustíveis e boa governança corporativa) poderão enviar uma mensagem positiva ao mercado, que estão dispostos a otimizar suas carteiras na perspectiva de ESG e dispostos a diferenciar compradores com perfis ESG favoráveis.

Conclusão: o foco na qualidade do risco é mantido

A qualidade do risco continua sendo um requisito tão rigoroso como sempre e as seguradoras não estão preparadas para relaxar o que alcançaram nessa questão nos últimos dois anos. Informações de engenharia atualizadas e recomendações de risco são essenciais; além disso, no momento da redação desse relatório, os preços do petróleo e do gás estão subindo devido à situação com a Rússia e a Ucrânia. Como resultado, há muito escrutínio do mercado em relação aos valores de interrupção de negócios (BI), e os compradores devem ter isso em mente antes das próximas renovações.

O mercado latino-americano segue as tendências globais. No entanto, o idioma e a cultura comercial da região fazem dos mercados de Miami e da América Latina o ponto-chave de contato para oportunidades de negócios de energia.

Esperamos que a leitura do nosso relatório seja útil para você. Entre em contato conosco para saber mais sobre esse e outros temas relacionados à gestão e transferência de riscos de Recursos Naturais.

Autor

Head of Global Natural Resources

Contatos

Líder de Energia & Construção da WTW

Head of Property & Casualty, Brazil

Ana Maria Gómez Ordoñez
Global Fac - Head of Colombia
Energy Leader for Latin America

Maria Sol Batalle
Natural Resources Leader, Latin America

Related content tags, list of links Artigos
Contact us