Empregados de empresas do mundo inteiro enfrentaram os mais variados desafios durante a pandemia e isso afetou suas motivações, eficiência, retenção e resultados de trabalho. Por esse motivo, as empresas estão cada vez mais interessadas em desenvolver uma melhor experiência do empregado, ou employee experience, termo dado à estratégia em que o colaborador é o foco central das decisões tomadas pela empresa.
De acordo com a pesquisa 2021 Employee Experience, produzida pela Willis Towers Watson, 91% das organizações no Brasil pretendem melhorar a experiência dos empregados nos próximos três anos. Antes da pandemia, apenas 41% das companhias brasileiras priorizavam este assunto.
Ao todo, 119 empresas do Brasil, representando mais de 347 mil empregados, participaram do estudo que também aponta que 45% das organizações utilizam uma estratégia de experiência do empregado isolada, sem alinhamento com os planos de negócios e utilização de tecnologia. Apenas 8% afirmaram que possuem uma experiência transformadora e integrada.
“É importante ressaltar que as companhias que possuem uma experiência do empregado transformadora são capazes de oferecer uma EX de alto desempenho, gerando um impacto direto e positivo nos seus resultados financeiros, mesmo diante de cenários incertos e desafiadores como o da pandemia”, explica Érika Graciotto, líder de gestão de talento e experiência do empregado da Willis Towers Watson.
Empresas com EX transformadora têm maior probabilidade de experimentar um impacto positivo nas seguintes áreas relacionadas a pessoas: cultura organizacional (+44%), experiência (+40%), engajamento (+35%) e bem-estar (+28%) do empregado. Além disso, essas organizações apresentam quase três vezes mais produtividade que outras empresas que não possuem a EX bem definida, além de terem 90% de chances de reportar taxas menores de absenteísmo.
A pandemia também afetou as dimensões humanas e de negócios, o levantamento indica que 39% das empresas no Brasil relatam um impacto negativo no bem-estar dos empregados e 37% afirmam que houve um prejuízo no desempenho financeiro. A pesquisa também mostra que 27% das companhias reportam que a cultura organizacional mudou negativamente.
Segundo o estudo, 62% das empresas no Brasil estão trabalhando em modelos de trabalho remotos ou híbridos. Três anos antes da pandemia este número era de apenas 4%. Já 46% reduziram pessoas ou horas, além de 36% terem realizado reduções de salário ou benefícios.
“É preciso ressaltar que nesses quase dois anos de pandemia, a experiência do empregado passou por um teste de estresse bastante intenso. Por mais que as empresas tomassem medidas rápidas, a maioria dos empregados ainda relatou problemas relacionados a crises de ansiedade e distração na realização do trabalho, gerando um impacto significativo em suas experiências”, afirma Érika.
Segundo a pesquisa, 30% das empresas brasileiras esperam, que em três anos, os empregados estejam trabalhando em um modelo híbrido. Isso se soma aos 22% que afirmaram implementar apenas o trabalho remoto. Além disso, 68% das empresas identificaram o trabalho flexível como uma prioridade para melhorar a experiência do empregado, nos próximos três anos.
O estudo 2021 Emplooyee Experience foi realizado com 1.550 empresas de todo mundo, representando mais de nove milhões de empregados. Entre os segmentos, estão: indústria (22%); serviços financeiros (18%); serviços gerais (16%); tecnologia da informação e telecomunicações (14%); saúde (9%); atacado e varejo (9%) e energia e serviços públicos (8%). No Brasil, 119 empresas participaram do estudo, representando mais de 347 mil empregados.