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O desafiador equilíbrio dos custos médicos nas empresas

Por Sérgio Arjona | Outubro 3, 2022

Administrar qualquer tipo de negócio, grande ou pequeno, pode ser incrivelmente desafiador em tempos de altas taxas inflacionárias.
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Os planos de saúde sempre são um ponto de atenção para as empresas pelo peso que representam nas folhas de pagamento (podem variar entre 12% a 15%) e, por isso, a negociação de taxas e reajustes de forma técnica e estruturada se faz fundamental para que se gere um maior equilíbrio de custos, contribuindo para elaboração de orçamento e consequente manutenção do benefício.

Vivemos um cenário bastante árduo com relação aos reajustes e a tendência é que isso seja intensificado. Nosso mercado passa por um momento muito particular, com grandes questões ocorrendo de forma quase que simultânea. Operadoras em processo de fusão e aquisição, algumas delas revisando criteriosamente a rede referenciada; a discussão recente em relação ao rol taxativo; suspensão do limite de sessões de coberturas às terapias e inclusão de novas coberturas; além da recente sanção do projeto de Lei 2033/22 pela Presidência da República, criando a Lei 14.454 que altera a avaliação de coberturas para assistência médica, possibilitando a liberação de procedimentos extra rol. A soma dessas questões aumenta o grau de incerteza relacionado aos impactos econômicos no segmento.

No início do ano, a pesquisa global de Tendências de Custos Médicos de 2022, realizada pela WTW, já indicava uma variação considerável nos aumentos de custos de saúde em todo o mundo devido à trajetória desigual da pandemia, criando uma considerável volatilidade na utilização e nos custos de saúde. A mediana da Variação do Custo Médico Hospitalar (VCMH) das 10 maiores operadoras de planos de saúde no Brasil em 2022 é de 14,55%, o que significa 5,4 pontos percentuais maior que a mediana em 2021.

O índice de reajustes de contratos corporativos é composto pelo VCMH e pelo índice técnico, que se baseia na sinistralidade, visando à recomposição do valor de prêmio em relação ao sinistro ocorrido no período de avaliação. Este segundo índice também foi agravado em grande parte dos contratos corporativos. A normalização da utilização de cobertura em eventos eletivos após a pandemia, tratamento relacionado à COVID-19 prolongada e aumento na frequência de utilização de coberturas relacionadas à saúde mental são alguns fatores importantes nessa composição.

Inevitavelmente, todas estas questões impactam diretamente nas negociações de reajuste direcionando as tomadoras de risco a serem menos flexíveis nas discussões de renovação. Diante disso, a transparência nas relações, acuracidade de dados e suas análises derivadas, experiência, poder de síntese e argumentação são pontos de extrema relevância para definição da estratégica de negociação.

É importante também contar com uma análise de dados histórica com viés estatístico, médico e técnico para avaliar as oportunidades de uma boa negociação. Deste modo, é possível refletir e desafiar modelos com novos produtos, redesenhar soluções e manter o equilíbrio do ponto de vista de employee experience, estratégia que leva em consideração o engajamento dos empregados.

Enfim, é uma análise minuciosa que deve ser realizada de forma estratégica por profissionais especializados e experientes. Uma boa gestão de renovação deve garantir a aplicação de uma metodologia lógica, objetiva e segura em termos formais, gerando a segurança com relação à aceitação e aplicação dos tópicos discutidos, apoiando as empresas para que alcancem os melhores resultados.

Autor

Placement & Renewal Director da WTW Brasil
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