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A era ESG e o nível de consciência de risco das empresas

Por Eduardo Takahashi | Janeiro 17, 2022

Artigo produzido pela WTW e publicado com exclusividade no site do jornal Correio Braziliense, no dia 8 de janeiro de 2022.
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A observância dos critérios de ESG (ambientais, sociais e de governança) é fundamental e urgente para todas as organizações. Eventos globais, incluindo a pandemia, incertezas econômicas e a busca constante pelas melhores práticas de inclusão e diversidade estão estimulando empresas em todo o mundo a acelerar mudanças em suas prioridades. E isso requer uma gestão de risco específica, identificação de oportunidades e ação coletiva.

Embora a crise na saúde mundial tenha exposto dolorosamente o quão vulneráveis as estruturas e sistemas corporativos podem ser, ela também elevou o nível de consciência de risco das corporações. Há um reconhecimento crescente entre os profissionais de investimento e negócios de que as questões relacionadas a ESG podem ter um impacto material no valor das empresas e que a gestão de tais riscos pode preservar, e até mesmo aumentar, o valor econômico para as companhias e seus acionistas.

Nos últimos anos, grandes investidores institucionais tornaram suas demandas baseadas nos critérios ESG de forma mais consistentes. Por exemplo, em julho de 2020, a gestora BlackRock anunciou que votou contra a gestão de 53 empresas de seu portfólio devido à ação insuficiente na integração do risco climático em seus modelos de negócios.

Uma agenda ESG bem-sucedida começa com a revisão do modelo operacional de uma organização, que deve tratar a sustentabilidade como se fosse qualquer outra etapa de negócio. Diante disso, a gestão de riscos está no centro da governança corporativa, pois é fundamental para a criação de uma empresa sustentável e resiliente.

O segmento de seguros desempenha um papel influente na garantia da sustentabilidade por meio de atividades de gestão de risco, subscrição e gestão de investimentos. As companhias que atuam neste mercado mais do que nunca estão atentas às mudanças em direção a uma economia mais sustentável. Se antes as empresas com perfil mais tradicional olhavam para esse tema de forma mais superficial, hoje já não o fazem mais.

A evolução deste segmento alinhada às práticas de ESG é fundamental como suporte para as empresas que investiram, ou querem investir, pesadamente em estruturas de gestão de risco e governança, mas é preciso esclarecer que o sucesso deste tipo de investimento depende de um alinhamento com a cultura organizacional corporativa. Se não há uma cultura de risco que estimula a identificação, discussão, revisão e aprendizado com as violações e riscos potenciais, então fica mais difícil desenvolver um gerenciamento estratégico e eficaz.

Essa questão fica ainda mais evidente quando falamos dos riscos cibernéticos. A proteção de dados deve ser algo enraizado na cultura corporativa de modo que todos, do funcionário de chão de fábrica ao CEO, estejam cientes dos riscos e suas responsabilidades em evitá-los. Vazamentos podem comprometer os resultados e a credibilidade de qualquer empresa. E isso tem sido visto como um problema ESG devido a necessidade de as empresas entenderem a importância de se fazer uma boa governança de dados e pelo fator humano que é um dos pontos mais vulneráveis da segurança cibernética.

É necessário agir com responsabilidade e transparência em relação às questões que envolvem o capital humano. A crise colocou o “S” do ESG firmemente no centro da discussão e muitas empresas passaram a identificar seus esforços para gerenciar saúde e segurança dos empregados, abordar a diversidade e inclusão e se envolver com as comunidades. As empresas líderes perceberam que seus colaboradores são os maiores defensores e facilitadores da estratégia climática e social e, portanto, uma força-chave para a mudança.

Acredito firmemente que o investimento sustentável baseado em um conjunto robusto de métricas ESG são a melhor direção para as organizações que se esforçam para obter um impacto positivo na sociedade e no meio ambiente, o que leva a um melhor desempenho dos negócios de longo prazo e na criação de valor.

As empresas que podem avaliar melhor seus impactos e riscos ambientais, sociais e de governança estarão em uma posição melhor para tomar decisões mais inteligentes. Não podemos prever o que acontecerá em 2022, mas os eventos dos dois últimos anos ressaltaram a importância de ter uma visão de longo prazo colocando em prática políticas e estratégias de negócios que olham além do próximo trimestre ou ano. Propósito, valores de longo prazo e sustentabilidade são hoje primordiais para o futuro das organizações.

Autor

Country Leader da WTW Brasil
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